SÓ NO GOGÓ

Da mesma forma que não me abalei com as derrotas em TREINOS, não chego a sair soltando foguetes com goleadas contra equipes tão fracas. Acho que temos um bom teste hoje, e outro no domingo, para termos uma idéia mais consistente sobre o funcionamento da nossa equipe.
A vantagem de se ter um elenco farto, qualificado e UNIDO, é que quem entra vai fazer o possível pra não sair. O cara sabe que, se der chance, pode ficar um bom tempo esquentando o banco.

Com a chegada do Renê, temos até mais de duas boas opções para cada posição (exceção ao nosso gol), formando um elenco forte, absolutamente dento das nossas possibilidades e cercado de uma estrutura que não fica devendo a nenhum outro clube no país. Até mesmo um estádio para chamar de “nosso” nós teremos este ano.

Se tudo isso não significa necessariamente garantia de títulos, pelo menos, mostra que estamos absolutamente capacitados a conquistá-los.
Garantia de título, amigos, só se o responsável pelas arbitragens fosse “simpático” a nós, como anualmente é para os clubes da Federação do Estado de onde saiu para assumir a CBF.

Títulos, os decididos dentro de campo, dependem de uma série de fatores. Do estado físico de jogadores fundamentais, do ambiente no grupo, da relação desse grupo com o treinador, da compreensão das táticas propostas e até mesmo de uma boa dose de sorte.
A mesma (IMENSA) sorte que os nossos Gestores deram, ao se desfazerem do MAIOR craque do nosso elenco e o seu substituto já chegar aqui correspondendo.

Confesso a vocês que cheguei a pensar em pegar a tesoura para picar em mil pedacinhos minha carteira de Sócio Torcedor, quando soube da venda do Jorge pelo valor divulgado, tamanha a sensação de revolta e decepção que senti. Na minha visão, naquele momento, vender nossa maior revelação em um ano TÃO importante para nós, era mentalidade de uma Direção mais preocupada com cifras do que com conquistas e não mereciam mais ver a cor do meu dinheiro.

Optei por contar até dez, respirar fundo, aceitar o convite de minha mulher para ir ao cinema, relaxar e ficar esperando pela estréia do seu substituto. Só mesmo depois de assistir ao belíssimo desempenho deste, consegui analisar a situação com mais frieza e passei a encarar essa perda mais conformado. Agora é torcer para ele manter o nível e apagar de vez qualquer chance do meu mau humor voltar.

Por enquanto, meu humor vai muito bem, obrigado, graças ao desempenho de dois outros Gringos. Mancuello vem mostrando tudo que se esperava dele e as férias parecem ter feito muito bem ao Guerrero. Fora isso, Diego parece ter começado 2017 no mesmo ritmo que terminou o ano passado, Pará continua caprichando nos cruzamentos e o Zé Ricardo vem testando alternativas diferentes de jogarmos, o que é bastante animador.

Como parece que já encerramos o ciclo de contratações, minha expectativa neste momento fica direcionada mais para Ilha do Governador do que para qualquer outro lugar. A ansiedade é ENORME por ver um estádio TODO pintado de vermelho e preto, com um gramado perfeito, e pronto para receber nossos torcedores.

Só que, da mesma forma que me empolga jogar em uma casa com a nossa cara, me preocupa também.
O clube está fazendo um tremendo esforço no sentido de contornar a ausência do Maracanã, e evitar as desgastantes viagens, mas, para que isso nos traga benefícios reais, É MUITO importante que a nossa torcida contribua, mostrando o comportamento exigido em competições internacionais.

NÃO PODEMOS correr o risco de perder mandos de campo, porque um imbecil descontrolado resolveu atirar algum objeto no gramado. A Comebol não nutre a menor simpatia por clubes brasileiros e teria o maior prazer em nos punir, nos deixando sem opções na cidade e nos obrigando a ter que viajar pra jogar.

Tanto a proximidade do gramado, como os setores sem cadeiras, a inclinação maior das arquibancadas e a ausência de grades que prejudicam a visão, são características idealizadas para nos permitir maior pressão nos adversários. Mas essa pressão PRECISA ser exercida UNICAMENTE através do GOGÓ, como sempre soubemos fazer melhor do que NINGUÉM.

Libertadores é uma competição MUITÍSSIMO complicada; depois de MUITOS, anos temos chances reais de vencê-la e não podemos prescindir de nada que nos favoreça. Especialmente de um CALDEIRÃO Rubro-Negro, onde poderemos soltar nossos gritos de guerra tão próximos, a ponto de intimidar nossos adversários.

PRA CIMA DELES, MENGÃO !!!

PS: Essa coluna é dedicada a um dos maiores amigos que fiz aqui e que foi prematuramente para o andar de cima. JULIO TERROSO foi uma das pessoas mais gentis, inteligentes e rubronegras que tive o prazer de conhecer. Vá em paz, meu amigo, e torça por nós lá de cima.

Fonte: null

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