A diferença entre um jogador e um profissional

30Acompanhei com bastante assiduidade a “disputa” travada entre Rômulo e Felipe Melo pelo posto de mais novo volante do Flamengo. Só um viria, e cada torcedor tinha sua preferência pessoal. A diretoria, ao que tudo indica, optou pelo primeiro, e provavelmente já está tudo acertado entre ele e o clube.

Pessoalmente, eu escolheria Felipe Melo. Sem negar que Rômulo seja uma excelente contratação, gostaria muito de ver um jogador com a alma tão rubro-negra e aguerrido, coisa que nos fez muita falta ao longo dos últimos anos. Mas, por outro lado, fiquei feliz por ver que hoje temos condições de escolher jogadores, com calma, paciência e, acima de tudo, com muita responsabilidade. De todo modo, estaremos bem servidos.

Este meu respingo de encanto por Felipe Melo, entretanto, veio abaixo nos últimos dias. Hoje a minha posição é de não querer vê-lo mais com a camisa do Flamengo. O porquê? Simples, Felipe desdenhou do maior patrimônio que o clube tem: a sua torcida.

Pra quem não se lembra do episódio, explico. Em um questionamento feito por uma rede social, um torcedor flamenguista questionou Felipe quanto à veracidade das informações veiculadas pela imprensa nacional, que mencionavam o acerto do jogador com o Palmeiras por valores muito inferiores aos pedidos ao Flamengo em outras janelas de transferência – muito educadamente, por sinal. A resposta de Felipe foi irônica, mal-disposta e mal-educada. Ao final, limitou-se a chamar o referido torcedor de “burro”.

Todos tem o direito de perder a cabeça, é verdade. Mas o que devemos esperar de um jogador – que poderia eventualmente se tornar patrimônio do clube – incapaz de manter o respeito em uma rede social? Indo além, ele estaria ofendendo o maior responsável pelo sustento do Flamengo, seu próprio torcedor.

Há quem goste de jogadores desse nível, porém estes também devem desconhecer o que significa a palavra respeito. E quem pensa que é necessário ter jogadores desse calibre para “ganhar na raça”, lembrem-se de Diego, que mesmo após ter sido chamado de “lixo” por supostamente forçar o terceiro cartão amarelo no fim do campeonato e entrar de férias mais cedo, respondeu da seguinte maneira:

“Férias? Jogar aqui não tem preço. Jogaria todo dia. Fui comemorar com a Nação que escolhi amar. Abraço… em 2017 estaremos juntos!”

Este é o tipo de ídolo que eu quero. Alguém que, acima de tudo, tenha respeito por todas as esferas da instituição que representamos e também pelos adversários. Felipe Melo, infelizmente, não é esse cara. Que bom que a diretoria percebeu isso antes do que alguns de nós, como eu.

SRN!

Rodrigo Coli

[email protected]

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2016/12/diferenca-entre-um-jogador-e-um-profissional/

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