A importância de um bom batedor de faltas

Salve, Nação rubro-negra!

O começo de ano tem sido bastante proveitoso para analisarmos o desempenho do time após uma boa pré-temporada de Zé Ricardo. Até o momento, o treinador tem mostrado que aproveitou a oportunidade concedida e, finalmente, conseguiu dar oportunidades a jogadores outrora encostados, dando ao time a tão necessária variação tática. Que o digam Mancuello e Adryan, mais precisamente.

Porém, acredito que ainda cabe espaço para alguns aprimoramentos pontuais. Hoje, detalho especialmente a questão das bolas paradas rubro-negras em situações ofensivas.

Para começar, relembro aqui uma estatística importante: o último campeonato brasileiro foi destacado negativamente pelo baixíssimo número de gols de falta. Foram somente 17 tentos desta origem, contra 46 de 2013, por exemplo. Em relação ao ano imediatamente anterior, 2015, foram 12 gols de falta a menos, representando uma diferença de quase o dobro de gols de um ano para outro. Com estes números, compreendemos duas coisas a serem levadas em consideração. Em primeiro lugar, o futebol nacional sente falta de bons cobradores de falta. Em segundo, se há menos times marcando gols em tiros-livres, quem conseguir contornar essa tendência ganha uma vantagem singular que certamente definirá muitas partidas.

Olhando para nosso Flamengo, temos aqui uma vasta gama de jogadores com algum histórico de gols ou de fortes treinamentos com bolas paradas: Pará, Rafael Vaz, Mancuello, Diego e Guerrero (não cito Adryan e Conca pela não titularidade momentânea). Os três primeiros são conhecidos por cobrarem faltas em seus antigos clubes, enquanto Guerrero passou a se apresentar para as cobranças mais recentemente em sua carreira. Diego é um jogador com muita técnica, com belos gols de falta na carreira, porém nem sempre se apresentou como cobrador oficial de seus clubes.

A nossa diversidade é bastante interessante, pois temos jogadores destros e canhotos, de cobrança colocada e mais forte e de características mais curtas e mais longas. Eles podem e devem variar entre si dependendo destas qualidades, que variarão principalmente com a posição campal e com a densidade da barreira adversária.

Mas é aqui que se apresenta meu ponto. Infelizmente, o que temos visto deste o último ano é um predomínio de Rafael Vaz nas faltas frontais e de Mancuello nas laterais. Mancu, aliás, é o homem dos cruzamentos, cobrando também escanteios. A minha pergunta é: não poderíamos aproveitar melhor os nossos cobradores? Vaz merece suas oportunidades, de fato, mas faz tempos que o zagueiro não consegue atingir o gol adversário. Contra o Macaé, em Volta Redonda, vimos uma cobrança pífia de Vaz, em falta frontal, seguida de uma situação muito perigosa de gol em uma cobrança lateral de Mancuello.

O próprio Guerrero, que efetuou uma cobrança contra o Grêmio, faz por merecer suas oportunidades. Os únicos da lista que parecem estar descartados das cobranças do Flamengo são Pará e Diego, e quanto a estes não tenho explicações plausíveis. Mas mesmo com sua ausência já temos uma vastidão muito boa, com um canhoto de bolas colocadas (Mancuello), um destro de iguais características (Guerrero) e um canhoto com batida mais potente (Vaz). O porquê da rigidez na alternância, isso eu não sei.

Falta é treinamento, de fato. Mas enquanto não temos um novo batedor de faltas nato no elenco, há situações que se enquadram melhor para um ou outro jogador, e o revezamento é muito sadio para o clube. Que Zico nos abençoe!

SRN!

Rodrigo Coli

@_rodrigocoli

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/02/importancia-de-um-bom-batedor-de-faltas/

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