A matemática do novo Maracanã

Amigos! Durante muito tempo a torcida vem se perguntando: Será que o Maracanã pode ser nossa casa de fato? Será que os custos do Maracanã não são altos demais até para um clube com a grandeza do Flamengo?

Bom, podemos ter uma pista para desvendar essas perguntas agora, já que, no jogo válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, jogamos contra o Corinthians em uma situação inédita no novo Maracanã. A operação do jogo, com os gastos das mais variadas formas e espécies, foi totalmente custeada pelo Flamengo, sem intervenção do consórcio que nos tirava boa parte da renda.

Vamos aos números! Apresento a vocês o borderô do jogo, onde estão discriminadas as despesas e receitas do jogo.

Analisando o borderô, podemos ver que constam dois itens que geralmente não fazem parte dos custos rubro-negros. O item “Custo de preparação do estádio” diz respeito à limpeza feita nos arredores do Maracanã, toda a bagunça deixada pela Rio 2016 foi organizada graças ao custeio do Flamengo. Neste item, não tenho a informação se consta também o valor pago à Greenleaf, empresa responsável pelo gramado, custo esse que o Flamengo aceitou em troca de ter o estádio liberado o quanto antes para utilização.

Outro item é o tão falado “Custo operacional do estádio”. Neste item estão todos os custos para fazer o Maracanã funcionar, como água, luz, entre outras coisas. Este é o custo que o Flamengo pagava ao consórcio Maracanã, acrescido do lucro deste consórcio.

Agora, vamos realizar alguns cálculos:

Realizamos o jogo, que teve como despesas R$ 1.261.064,44. O Flamengo hoje tem uma taxa de ocupação média de 58%, ou seja, a torcida rubro-negra ocupa, em média, 58% dos assentos disponíveis no estádio. Este ano foi atípico, visto que jogamos em estádios menores e essa ocupação pode ser afetada, mesmo assim, faremos a conta com ocupação média de 60%.

Neste cenário, o Maracanã teria 42 mil pessoas em todos os jogos do Flamengo, mesmo aqueles contra Bangu, Olaria, Volta Redonda pelo Campeonato Carioca. Assim, para não levar prejuízo, o ticket médio deve ser de aproximadamente 30 reais. Ou seja, o valor da entrada deve ser de, no mínimo R$ 60,00, para que o torcedor que tem direito pague meia entrada e não dê prejuízo ao clube.

Porém, acho esta situação de 42 mil pessoas presentes em TODOS ou jogos um tanto quanto sonhadora. Parti então para a nossa média de público, que este ano está em torno de 22 mil pessoas. Volto a frisar, este ano é atípico, e com isso, nossa média de público foi limitada pelo tamanho dos estádios que jogamos. Para realizar a conta, colocarei um público médio de 25 mil pessoas.

Neste cenário, para não termos prejuízo, o ticket médio salta para R$ 50,00, ou seja, R$ 100,00 o valor da inteira.

E para finalizar, fiz o cálculo do ticket médio do jogo contra o Corinthians, onde tivemos 65.743 pagantes para uma renda bruta de R$ 3.203.207,50. Assim, o ticket médio foi de aproximadamente R$ 49,00. Com esse ticket médio, para não levar prejuízo, teríamos que ter um público pagante de 25 mil pessoas.

Bom pessoal, me desculpem o texto cheio de contas matemáticas e números. Sou amante dos números, mas reconheço que nem todos tem simpatia pela matemática, mas com a volta do Maracanã e a possibilidade de sermos os verdadeiros donos do Maraca, achei que esses cálculos se faziam necessários. Por estas contas, para não leva prejuízo, temos que colocar 25 mil pagantes a um ticket médio de R$ 50,00.

Depois de tanta conta, cheguei a uma conclusão: Como se tornou caro jogar no Maracanã!
Vamos Flamengo!

Marcão Beton

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Twitter: @marcaobeton

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2016/10/matematica-do-novo-maracana/

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