A passividade rubro-negra

Amigos! Ontem vimos um desastre! Não que seja novidade, mas presenciamos novamente um vexame do Flamengo em competições internacionais. A derrota para o San Lorenzo no Nuevo Gasometro era previsível. O Flamengo foi um time que, apesar de apresentar um bom futebol nos jogos fora de casa, não conseguia vencer. Jogamos bem contra a Católica e contra o Atlético Paranaense, mas a incapacidade em marcar gols salta aos olhos. Achei que com a saída de Diego o time sofreria para criar e realmente sofreu. Mas o que mais me impressiona é a falta de pontaria dos nossos atacantes. E isso não é novo, desde o ano passado sofremos desse mal.

Além do vasto desperdício de oportunidades, uma coisa que se repetiu nos jogos fora foi a postura. Este time do rubro-negro não tem casca, não tem cancha para jogar libertadores. Você que me acompanha já me ouviu falar sobre isso várias vezes. Inclusive na final do carioca, enquanto todos comemoravam eu disse: “Tomamos 3 minutos de pressão do Fluminense e cedemos, se isso acontecer na Argentina…”. Pois é, conseguimos aguentar a pressão inicial, mas, no fim do jogo, todas as nossas infantilidades apareceram e o medo de ganhar nos puniu novamente.

O que mais me irrita neste contexto todo é a falta de poder de indignação no Flamengo. Todos sem exceção me parecem acomodados. Não consigo ver cobrança na comissão técnica nem nos jogadores, parece que tudo está sempre bem, não importa o vexame que o time passe dentro das quatro linhas, tudo segue tranquilo. O trabalho é sempre bem feito, sem nenhum ponto de críticas. Não conheço empresa, instituição nenhuma que cresça e prospere sem cobranças. Claro que não quero barraco na frente dos microfones, isso demonstra falta de profissionalismo até, mas quando acontecem tragédias como a de ontem e não vemos mudança de postura nos atores da tragicomédia, deduzo que não há cobranças.

Não vejo ninguém cobrar os milhões que o Flamengo joga no banco. Não no banco instituição financeira, mas no banco de reservas. Contabilizando Cuellar, Berrio, Mancuello e Donatti, somamos 36 milhões de reais desperdiçados e sem que ninguém seja cobrado. Que centro de inteligência é esse?

Não vejo cobrança em cima do Zé Ricardo que, com um elenco caro e considerado um dos melhores do Brasil, não consegue armar um time que passe de uma primeira fase de libertadores. Um elenco recheado que não consegue poupar seu torcedor das apresentações de Rafael Vaz e Gabriel, para não me estender demais.

E, por fim, não vejo cobrança nos jogadores. Cometemos os mesmos erros todos os jogos. Vaz continua dando chutão, Arão andando, Guerrero isolado, Trauco perdido na marcação e a cada eliminação escuto nosso comandante nas coletivas dizendo que deve parabenizar os jogadores.

Por fim, deixo claro que não quero a demissão de Zé Ricardo e que reconheço o trabalho da diretoria na questão financeira do clube. Acho que fazem um belo trabalho, mas na pasta futebol eles devem, e devem muito.

Que o rubro-negro não perca seu poder de indignação, o poder de ver o que está errado, de protestar é claro, sem violência e de tentar sempre melhorar, sem conformismo.

Desde 1981, ano do nosso título, sabe quais times considerados grandes nunca chegaram a final da Libertadores? Botafogo e….Flamengo!

Segue aqui a sequencia de vexames produzidos em Libertadores: 2007 Defensor; 2008 América do México; 2010 La U com Vinícius Pacheco perdendo gol; 2011 Emelec com gol do Olimpia no último minuto; 2014 Leon em pleno Maracanã e agora em 2017. Não é pra se indignar?

E que nunca mais sejamos obrigados a ver um presidente dizendo que aquele que está indignado é um falso rubro-negro, como vimos ontem quando Mauro Cezar Pereira, da ESPN, fez seu trabalho e, de forma contundente e sem medo, deu voz a uma parcela da torcida, na qual me incluo

Acorda Nação!

Reage Flamengo!

Marcão Beton

INSCREVA-SE: TV Coluna do Flamengo

Twitter: @marcaobeton

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/05/passividade-rubro-negra/

Share this content: