A presença de Conca: meia do Fla atrai curiosidade e sonho dos “hinchas”

É usual que reencontros chamem a atenção – da torcida e da imprensa – na véspera de duelos esportivos aguardados. O curioso caso de Darío Conca e a Universidad Católica, porém, é diferente. Entregue aos trabalhos do departamento de futebol – em rotina que inclui academia, fisioterapia e trabalhos ainda leves com bola -, o argentino não viajou para Santiago com a delegação do Flamengo na noite dessa terça-feira. Mas é uma das atrações da partida.

O GloboEsporte.com foi procurado por três veículos chilenos – entre eles os principais jornais El Mercúrio e La Tercera. Os veículos queriam algum contato possível com o argentino. A assessoria de imprensa do Flamengo também recebeu chamadas. Seis ao todo – entre eles do site AS.com e da revista Él Gráfico. A pauta: Darío Conca. Ou, para os íntimos da época do Chile, Concatólica.

Emprestado pelo River Plate, Conca atuou pela Universidad Católica de 2005 a dezembro de 2006 – quebrou série sem títulos da UC em 2005 e foi semifinalista da Sul-Americana no mesmo ano, passando pelo Fluminense, inclusive.- Ninguém o conhecia, chegou sem grandes promoções, essa é a verdade. No vestiário, olhamos e vimos um garoto fraquinho, com uma bermuda, camiseta e pensamos que fosse uma pessoa qualquer. Na hora do treino que soubemos que era um dos novos reforços. Muito se questionava à época a contratação de um camisa 10 sem experiência. E ele veio a ser grata surpresa – conta Jorge Ormeño, ex-volante da Católica, aposentado no ano passado aos 39 anos.

Católica é filial de “diez” argentinos

Com ótimo futebol, passes precisos, chutes certeiros e muita raça, abriu espaços para outros camisas 10 argentinos despontarem no futebol chileno. Outro ex-rubro-negro, outro Dario, mas de nome Botinelli, também fez sucesso com a camisa da UC, como também é chamado o time. Hoje, o argentino que conquista o coração da “hinchada” da Católica e Buonanotte – ao lado do uruguaio Santiago Silva, o maior salário do elenco.

O compatriota de Conca tem em comum a origem no River Plate e a categoria e a rapidez com a bola no pé – embora o atual jogador da Católica tenha trajetória diferente, com passagem pelo futebol europeu. Conca construiu sua carreira no futebol brasileiro, com boa passagem pelo Vasco e outra de absoluto destaque no Fluminense. Na China, o argentino também fez sucesso.

Tímido e risinho

Ex-companheiro de Conca na Católica, Jorge Acevedo lembra com carinho do argentino. Da mesma idade que o jogador do Flamengo, o meio-campista conta que o destaque na Católica não mudou em nada aquela personalidade discreta, tímida e recolhida.

– Quando entrou no primeiro jogo logo se tornou destaque imediato do time. Era peça fundamental. Muito tímido, silencioso, muito humilde. Ficava no canto dele, ria muito das brincadeiras, mas era uma pessoa espetacular, muito simpático, disciplinado, era realmente um ótimo companheiro – descreve o atual jogador do O´Higgins de Rancagua.

“Ojalá um dia ele volte”

Volante de marcação, Ormeño formava o meio de campo com o argentino no título da Católica de 2005. Jogador de força, corria para desarmar e entregar a bola para o baixinho habilidoso.

– A estreia dele foi contra o Cobreloa. Em 15 minutos ele fez um gol e um par de jogadas de outro planeta. Nos ajudou um montão naquele ano. No Chile não é tão habitual ver jogador com esse drible, com tanta habilidade – comentou Ormeño.

Bem menos valorizado em 2005, Conca morou com a família em casa humilde e tinha “carro normal”, contou Ormeño. Outro argentino daquele time, Jorge Quinteros, mais experiente, era quem dava suporte ao pequenino Conca. Aposentado, o amigo chileno espera vê-lo de volta um dia no time da Católica.

– Temos grandes recordações dele aqui. Todos anos sonhamos com a sua volta. Ojalá um dia ele volte – desejou Ormeño.

Jornalista do “La Tercera”, Negro Galvez põe Conca no patamar dos ídolos da equipe chilena. Ele conta que a curiosidade dos chilenos, dos torcedores e da imprensa local, era muito grande em rever Conca no San Carlos de Apoquindo.

– Conca não tinha medo de pedir a bola, ser protagonista. Fazia jogar o time todo como poucos vi. Em 2005, o time é campeão depois de cinco anos, Conca fez muitos gols e talvez tenha sido o melhor jogador do torneio. Também jogou muito bem na Sul-Americana daquele ano, quando a Católica caiu para o Boca. Em pouco tempo ganhou muito carinho da torcida. Aqui todos se lembram dele como um dos grandes camisas 10 da Católica e do futebol chileno nos últimos tempos – afirmou Galvez.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2017/03/presenca-de-conca-meia-do-fla-atrai-curiosidade-e-sonho-dos-hinchas.html

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