A realidade sobre Willian Arão

Um dos assuntos mais recorrentes nas resenhas rubro-negras diz respeito ao rendimento e à majoritária titularidade de Willian Arão.

Como não existe meio-termo entre torcedores do Flamengo, quando surgiu a notícia do interesse da Roma no volante, alguns chegaram a dizer que era para “deixá-lo ir de graça”, não sem antes sugerir que se fizesse acompanhado por Márcio Araújo.

Mas, afinal, qual status Arão merece?

Na minha percepção, mesmo longe de ser um craque e apesar de não possuir a raça que a Nação tanto preza, Willian Arão é um volante de bom nível e que pode ser muito útil ao Flamengo, pois possui controle de bola e boa movimentação, tanto defensiva, como ofensivamente.

Tanto ele pode ser útil que já fez várias boas partidas com a camisa do Mengão, tendo 13 gols e 11 assistências em uma temporada e meia. Números significativos para um volante.

No entanto, Arão teve uma queda vertiginosa no último ano e especialmente nos jogos mais recentes, no que três fatores se revelam preponderantes.

Em primeiro lugar, os melhores jogos de Arão são quando ele aparece como elemento surpresa no ataque, exercendo a marcação e aproveitando os vazios no setor ofensivo para fazer tabelas e chutar a gol.

Em 2017, não se sabe se por iniciativa do técnico ou do próprio jogador, Arão tem sido visto constantemente como um misto de meia-armador e falso atacante, função para a qual ele, nitidamente, não possui desenvoltura, ante sua falta de criatividade e sua instabilidade em passes mais agudos, se tornando uma presa fácil e previsível para as defesas adversárias.

Ademais, mesmo o Flamengo possuindo vasto elenco para enfrentar a maratona de jogos, inclusive com o bom Cuéllar, o experiente Rômulo e o ótimo garoto Ronaldo, Arão tem sido titular em quase todos os jogos, o que, obviamente, traz um desgaste físico considerável, diminuindo seu poder de explosão nas investidas ofensivas.

Por fim, Arão tem que se comportar como Arão, jogando simples e sem vaidades, pois, não obstante ser um jogador com qualidades, ainda precisa crescer muito para atingir, por exemplo, o nível do selecionável Elias, o qual, jogando na mesma faixa de campo, conquistou a galera rubro-negra na temporada de 2013.

Então, está claro que Arão pode ajudar o Flamengo em seus objetivos de 2017, sem falar na possibilidade de se tornar uma boa venda para o mercado externo, desde que Zé Ricardo não se acanhe em fazê-lo visitar o banco de reservas quando estiver cansado ou com atuações abaixo da média, bem como que o escale em sua posição correta de volante marcador que sobe como elemento surpresa para triangulações e arremates fatais.

Como meus colegas colunistas bem têm assinalado em seus comentários, tão somente a meritocracia, se colocada em prática pelo comando técnico, construirá um Flamengo mais consistente e capaz de obter grandes títulos a curto prazo.

Por enquanto, está nas mãos de Zé Ricardo.

Vamos, Flamengo!

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/06/realidade-sobre-willian-arao/

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