Alguém ainda se importa com o Carioca?

Mais um campeonato carioca se inicia e com ele surgem as divisões de opiniões sobre a utilidade do mesmo. Por mais clássico que seja, o carioca perdeu o seu brilho e sua competitividade nos últimos anos.

A rivalidade talvez seja ainda a única coisa que sustente o campeonato; Flamengo, Fluminense Vasco e Botafogo disputam essa rivalidade mais fora de campo do que dentro dele, isso porque Flamengo e Fluminense não tem mais o campeonato como metas, e sim como preparação para a temporada, além de inchar o calendário. Outro motivo é a forma como o campeonato é planejado, não sendo lucrativo e nem atraente para os clubes, somente para aqueles que dependem dela para o ano, no caso, Vasco e Botafogo, os únicos aliados da FERJ que apoiam a competição.

Para se ter uma ideia da perda de atração dos estaduais, em seu primeiro ano de disputa, a Primeira Liga massacrou os estaduais em média de público: 9.621 pagantes por jogo. No Rio, a média de público em 2016 foi de 2.447 pagantes por partida. Isso significa que a Copa da Primeira Liga teve quase 400% mais presença. A comparação com o Campeonato Gaúcho é ainda mais cruel. No Rio Grande do Sul, 2.212 pagantes vão aos estádios em média, em Santa Catarina, 2.374 e no Paraná são 2.793. Vale Lembrar que a FERJ juntamente com o Vasco, relutou ferozmente contra a realização da Primeira Liga, isso porque Flamengo e Fluminense disputam a competição e deixam de lado o estadual, mas vamos entender o motivo disso agora.

Em 2014, a Ferj ganhou R$ 2,32 milhões com arrecadação de bilheteria, valor superior ao recebido pelos quatro grandes clubes. O campeão Flamengo faturou R$ 1,22 milhão, o Vasco ficou com cerca de R$ 614 mil, o Fluminense levou R$ 363 mil, e o Botafogo amargou um déficit de R$ 486 mil. A instituição mantinha seu lucro em 2014 devido às cobranças estipuladas nos borderôs dos jogos – taxa de 10% por jogo sobre a renda da bilheteria no Estadual e pagamento de um valor fixo para despesas operacionais de quadro móvel, que chegavam a R$ 20 mil.

Este ano tivemos mudanças na competição, a fase principal terá a participação de somente 12 clubes os quais estão divididos em duas chaves e abrigará a realização de dois turnos – Taça Guanabara e Taça Rio – com semifinais e finais em jogos únicos. O modelo de classificação, porém, será diferente. No antigo formato do Estadual, os campeões de cada turno avançavam direto para a decisão do Carioca, agora, no entanto, os campeões garantem vaga nas semifinais da competição.

O certo é que não dá para sobreviver só de rivalidade, o único fato que alivia essa bagunça é que com a libertadores começando somente em março para o Fla, poderemos utilizar o campeonato como preparação e teste para os jogadores vindo da base, que tiveram pouco espaço ano passado.

Vamos focar nas competições importantes e deixar essas pequenas para aqueles que dependem dela para sobreviver. O que esperar do mengão no carioca? Confira na coluna do Luiz Henrique.

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Matheus Gonzaga. SRN!

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/01/alguem-ainda-se-importa-com-o-carioca/

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