Não é preciso nem consultar as fontes criticadas por Diego Ribas para perceber o quanto a vitória do Flamengo sobre o Goiás foi importante. O time jogou mais, como prometido pelos líderes do elenco, e conseguiu um 3 a 0 em Goiânia que interrompe a série de três partidas sem vitórias.

A pressão sobre o Fla não diminui, pois ela é fruto de uma expectativa alta que não abandona um time tão qualificado. Mas pelo menos o rubro-negro respira, finca o pé no G4 e se vê cinco pontos atrás do líder São Paulo. Detalhe: um jogo a menos e um confronto direto com o próprio tricolor pela frente, na última rodada do Brasileirão.

É possível crer no título do Fla, que indiretamente ainda ajudou Botafogo e Vasco na briga contra o rebaixamento. A questão é que a perseguição rubro-negra não se restringe ao time de Fernando Diniz. O Internacional de Abel Braga está embalado. O Atlético-MG de Sampaoli, mais dinâmico e criativo. Ver os pontos que ficaram pelo caminho e permitiriam um cenário mais favorável traz um lamento.

A próxima rodada é crucial para o contexto geral do Brasileirão. Haverá uma espécie de torneio exclusivo entre os times que formam o G6. Quinta-feira, cabe ao Flamengo tentar passar pelo Palmeiras, finalista da Libertadores e da Copa do Brasil. Não bastasse isso, nesta segunda-feira o time de Abel Ferreira venceu o Corinthians por 4 a 0.

— Precisávamos melhorar. Fizemos um jogo muito bom, contra uma equipe que tem suas qualidades. Conseguimos uma vitória convincente, que dá ânimo para o próximo jogo — disse Gabigol.

Ao Flamengo, mesmo vencendo com folga, talvez falte uma atuação irretocável com Rogério Ceni. Ela não veio contra o Goiás. Mas há o que se elogiar. Diego Ribas, que na semana passada desabafou contra jornalistas, foi um dos melhores do time. Substituto do suspenso Gerson, o capitão achou o “infiltrado” Arrascaeta na jogada do primeiro gol. Foi um desafogo para o Flamengo em um momento complicado.

Àquela altura, a fonte que deu as caras foi a que trouxe água. Com o campo pesado por causa da chuva, dois gols de Gabigol já haviam sido corretamente anulados.

O Flamengo alternou sua intensidade. Às vezes, lapsos do time encantador de 2019. Na maior parte do primeiro tempo, imperou a morosidade de 2020.

Rogério Ceni testou durante a semana a repetição do uso de Willian Arão na linha de zaga. Na hora da verdade, o treinador optou mesmo pela dupla Rodrigo Caio/Gustavo Henrique. Fora um escorregão aqui e acolá, coisa típica de campo molhado, a zaga foi bem. Sobretudo para frear o forte e pesado ataque do Goiás. o atacante Rafael Moura até teve chance valiosa, mas, surpreendentemente, falhou no cabeceio.

A drenagem do estádio da Serrinha deu conta do recado. O terreno ficou mais fértil para que florescesse a combinação mais vistosa do Flamengo recente. A derrapada de Fábio Sanches custou caro, e Bruno Henrique foi o garçom para Gabigol fazer o segundo.

Ao balançar as redes, o atacante respalda a decisão de Rogério Ceni de nem testar uma dupla com Pedro. A questão é que o reserva entrou no segundo tempo e também deixou sua marca, no último lance da partida.

De qualquer forma, a essa altura importa mais vencer do que se preocupar com quem marcou. Um alívio que embala na reta final.