André Rocha: “Entra técnico, sai jogador… e o Flamengo não sai do lugar. Está repetitivo”

Você já leu aqui neste blog:

1 – Que Diego é importante na bola parada, como na cobrança de escanteio que terminou gol de Henrique Dourado, logo aos sete minutos no empate do Flamengo por 1 a 1 com o Independiente Santa Fé no Maracanã com portões fechados. Mas atrapalha demais a fluência do time ao prender demais a bola e não arriscar passes que quebram as linhas da defesa adversária. De novo: domina, gira, dá mais um toque e toca para o lado. Atrasa tudo;

2 – Que no momento de dificuldade, quando o oponente nega espaços – como o Santa Fé do treinador interino Agustín Julio, armado num 4-2-3-1 – o time rubro-negro abusa dos cruzamentos. Ou depende deles para criar as melhores oportunidades. Jogadas aleatórias, nada pensadas. Desta vez foram 28, nem tantos em relação a outros jogos, mas simplesmente não há repertório;

3 – Quando acontece algo novo e surpreendente, como a bela tabela entre Diego e Paquetá logo aos dois minutos de jogo, a conclusão não é precisa. Desta vez foi Diego a desperdiçar. A primeira das 15 finalizações, seis no alvo. O Fla, porém, segue ”arame liso”. Já o Santa Fé concluiu sete vezes, três no alvo. Na chance mais cristalina, Anderson Plata aproveitou contragolpe iniciado com passe errado de Diego e serviu Wilson Morelo, artilheiro da Libertadores com oito gols. Empate;

4 – No momento em que a coisa complica, os garotos precisam resolver. Ou assumem esta responsabilidade. Mas Vinicius Júnior e Lincoln, muito meninos, pecam pela afobação e Paquetá apela para as jogadas individuais. Mas insiste e na Libertadores o jogo é menos parado com faltas. Armou vários contragolpes do time colombiano na segunda etapa. Continua sendo o melhor da equipe, mas contribui pouco na construção, em fazer a bola circular mais rapidamente;

5 – E Dourado não pode exercer a mesma função de Guerrero. Não sabe fazer pivô, a bola bate e volta. É jogador de último toque e só. Saiu fazendo cara feia para o jovem treinador Maurício Barbieri, mas fora o gol nada produziu. Lincoln entrou com outras características, não é pivô. Assim como Filipe Vizeu. Fla ficou órfão deste suporte na frente e não encontra soluções para criar de outras formas.

Porque entra treinador, sai jogador…e o Flamengo não sai do lugar. Os mesmos erros, recursos semelhantes. O treinador assume, mantém praticamente os mesmos jogadores esperando resultados diferentes. Foi Rueda sucedendo Zé Ricardo, depois Carpegiani e agora Barbieri, que sem resultados não deve permanecer.

Qual será o próximo a sofrer com um time ancorado, sempre prestes a afundar? A equipe pode até inverter a lógica de 2017 e obter a classificação para o mata-mata da Libertadores com vitórias fora de casa. Mas se não subverter tudo e buscar novas saídas continuará previsivel, engessada. Com Maracanã lotado como no treino da véspera ou sem torcida.

O torcedor vai falar de garra, espírito…Talvez os jogadores pudessem até se posicionar exigindo uma ruptura. Mas como, se Diego, um dos principais líderes, é uma das causas do fraco desempenho coletivo? Em campo, o Fla tenta, mas não funciona. Por isso o desânimo. Não dá para vencer sempre na fibra.

Este time deve futebol e seguirá devendo se não houver um fato novo consistente. Com a atual diretoria comandada por Eduardo ”Vamos Levando” Bandeira de Mello é improvável. Desculpe, está repetitivo. Mas é simples assim.

(Estatísticas: Footstats)

Reprodução: Blog do André Rocha | Uol Esporte

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/04/andre-rocha-entra-tecnico-sai-jogador-e-o-flamengo-nao-sai-do-lugar-esta-repetitivo/

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