Arão repudia ofensas racistas aos familiares de Vinicius Júnior: “Medidas drásticas devem ser tomadas”

Arão durante entrevista coletiva

Willian Arão compareceu à Sala de Imprensa Victorino Chermont, no Ninho do Urubu, após a atividade regenerativa realizada pelos atletas que iniciaram a partida contra o Botafogo para conceder entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (17). Antes de comentar sobre o que ocorreu dentro das quatro linhas, um assunto ainda mais importante e delicado foi abordado.
Ao fim do clássico, familiares do jovem atleta Vinicius Júnior, que assistiam ao confronto em um dos camarotes do estádio, receberam ofensas racistas. O volante repudiou veementemente o acontecido.
“É abominável, lamentável que isso aconteça em pleno século XXI. É até difícil comentar. Eu tenho um pai negro e não gostaria de estar passando por essa situação. Acho que medidas drásticas devem ser tomadas para ver se aprendem e param de uma vez com isso. Tem que haver medidas drásticas, porque só falando não se entende”, afirmou o camisa 5.
Acerca do jogo dentro das quatro linhas, o equilíbrio previsto entre as equipes se comprovou em campo. Após um empate sem gols na primeira partida, Arão projetou a partida de volta, que decidirá a vaga para a grande final da Copa do Brasil.
“Sabíamos que seria uma partida muito difícil, que teria muita competição, disputas pela bola. Sabíamos também que não haveria um resultado muito largo e que provavelmente seria decidido na segunda partida. Nada muda para nós. Teremos um Maracanã lotado, o que faz a diferença. Se jogarmos tão bem quanto ontem e aproveitarmos as oportunidades, teremos tudo para passar”, analisou.
A partida desse sábado (19), diante do Atlético-GO, também foi um dos tópicos abordados na conversa com os jornalistas. Em busca do reencontro com as vitória no Campeonato Brasileiro, Arão analisa os possíveis cenários para o confronto. As equipes encontraram-se três vezes em 2017, e o volante comenta sobre a maneira do adversário atuar.
“Já passou da hora de voltarmos a vencer. Perdemos algumas oportunidades jogando em casa e fora. Poderíamos ter vencido. Mesmo sabendo que eles são os últimos colocados, os enfrentamos três vezes e sabemos das dificuldades que eles irão nos causar. Mesmo jogando em casa, eles devem atuar fechados. Precisamos aproveitar nossas chances. Nós criamos muito e se aproveitarmos nossas chances, conseguiremos essa vitória”, concluiu.
Reinaldo Rueda esteve à beira do campo comandando a equipe pela primeira vez contra o Botafogo, estreia comentada pelo atleta. Os trabalhos físicos intensos comandados no treino de hoje pelo novo preparador físico rubro-negro Carlos Eduardo Velasco foram observados pela imprensa, que fez perguntas ao volante sobre os métodos do colombiano.
Veja mais trechos da entrevista do volante:

Atividade física intensa
É um jeito diferente, mas nunca sofremos com a parte física aqui no Flamengo. O professor Daniel (Gonçalves) sempre nos deixou no máximo da nossa performance. Ele tem esse jeito mais intenso e vamos nos habituar a isso. Nós temos que nos adaptar ao estilo deles e eles ao nosso, com jogos quarta e domingo. Vamos chegar a um denominador comum para que tenhamos nosso melhor desempenho.
Reencontro com o Botafogo
Eu sei que muitas pessoas que ainda trabalham lá gostam de mim. Muitos torcedores ainda me agradecem pelo que fiz lá. Toda vez que entro em campo, tenho na cabeça que estou defendendo o Flamengo, seja contra o Botafogo ou contra qualquer outra equipe. Tenho a cabeça tranquila e isso já está superado.
Reinaldo Rueda
Muito boa. A gente sabe que ele é experiente, rodado e tem conhecimento vasto sobre futebol. Na medida do possível, ele passava o que queria para nós, o que pediu na preleção. São dois dias de trabalho, é muito pouco para se falar, mas tentamos executar tudo o que ele queria na partida. Ele nos passou um pouco do que quer que a gente faça, o que ele pensa de jogo. Em relação à preparação física, a gente precisa se adaptar o mais rápido possível e executar o que ele quer que a gente faça para que a gente domine as partidas e saiamos vencedores.
Outros preparadores intensos
Já trabalhei com o Fábio Mahseradjian, no Corinthians. Com o Anderson Paixão também, que infelizmente faleceu no acidente da Chapecoense. A gente não está acostumado com esse nível de cobrança, mas de será bom, porque ele vai nos trazer coisas novas, que vão nos ajudar a melhorar a cada dia.
Conversa com Vinicius Jr.
Sobre o assunto, não. Quando cheguei, ele já estava em campo. Mas acredito que algum companheiro experiente tenha conversado com ele, porque esse assunto não é fácil.
Adaptação ao idioma
Quanto mais soubermos o que ele quer nos passar, mais fácil ficará. O Mancu, o Berrío, o Cuéllar, até eu mesmo ,que entendo um pouco de espanhol, vamos tentando passar o que entendemos para que nenhuma informação passe despercebida.
Treino comandado por Redín
Não muda muita coisa, porque se ele tiver alguma instrução para nos passar, ele fará de qualquer forma. Acho que não influencia em nada. Ele tem essa metodologia, deixar que o auxiliar comande o treino. Mas nesses poucos dias de trabalho ele nos passou informações normalmente, também de maneira individual.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/25861/arao-repudia-ofensas-racistas-aos-familiares-de-vinicius-junior-medidas-drasticas-devem-ser-tomadas

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