Berrío não é solução

Fala, meu mano mulambo! Sou Pedro Caruso e agora nos encontraremos também aqui, no maior portal rubro-negro da internet. Será uma enorme satisfação dividir esse espaço com vocês. Usem e abusem dos comentários. Procurarei ler e responder todos.

Minha primeira coluna será a respeito dos tão desejados pontas. A pré-temporada está próxima do fim e a demora pela contratação do atacante preocupa a galera. Mas, de fato, deve preocupar?

O primeiro ponto que devemos destacar é que ninguém no clube está parado. O Flamengo trabalha em diversas frentes e tenho certeza que mais cedo ou mais tarde a solução chegará. Com as liberações de Cirino e Sheik, somadas a lesão de Thiago Santos, a tendência natural é que esse processo se abrevie e resulte, possivelmente, até em mais de uma contratação para o setor. Mas além de todos os processos burocráticos que envolvem uma negociação no futebol, a demora do clube em reforçar o setor deve-se, também, à escassez do mercado, que não apresenta um grande leque de alternativas.

Berrío até ontem era desconhecido. R$ 16 milhões – de acordo com alguns veículos – seria o valor pedido pelo Atlético Nacional em troca de sua liberação. Um exagero. Bom jogador, no máximo, que encontra-se supervalorizado por dois motivos: primeiro pela temporada passada, onde tudo funcionou em seu time; segundo pela escassez do mercado para a posição. É como ter água no deserto. E o Flamengo está com sede.

Os esforços pela contratação do ponta devem ser feitos, desde que não se transformem em loucura.

Outro ponto que me intriga nesse interesse pelo Berrío é o fato de Zé Ricardo ter se mostrado avesso a utilização de estrangeiros desconhecidos em 2016 – Guerrero era o único não-brazuca titular, mas apenas por ser Guerrero. E agora aponta como solução para um dos maiores problemas do Flamengo justamente um… estrangeiro desconhecido?

É, no mínimo, contraditório. Um risco que eu, particularmente, não correria.

Já Vargas, jogador de extrema importância na boa seleção chilena e com passagens por clubes europeus, chegaria com credenciais similares as de Guerrero. Além de conhecer o futebol brasileiro após jogar no Grêmio.

As condições divulgadas pela imprensa no “negócio Vargas” também me agradam muito mais. O Flamengo deseja o empréstimo do atleta, sem loucuras, com tempo para avaliar sua adaptação ao clube e possivelmente realizar uma proposta de compra ao final do ano. É um jogador mais completo, que pode fazer a função de ponta ou até jogar mais centralizado.

Penso que precisamos, urgentemente, de uma peça incontestável para o setor. Evidente que toda contratação de jogador envolve riscos, mas é preciso minimizá-los. Pelo valor, pelo fator adaptação, pelo desconhecimento em relação ao nosso futebol, o “risco Berrío” é muito superior ao “risco Vargas”, e para um clube que não tem mais margem de erros, isso pode ser perigoso. Agora, é claro, estamos trabalhando no campo de hipóteses. Se o clube pretende contratar os dois, ótimo. A pressão pelo sucesso da contratação de Berrío seria infinitamente menor.

Não entendeu? Então faça o seguinte exercício: imagine que Cirino tivesse chegado ao Flamengo após as contratações de Diego e Guerrero, sem o peso de ser o protagonista que ele nunca foi. Tenho certeza que seu aproveitamento aqui seria infinitamente superior ao que observamos.

Quando o atleta submete-se a mudanças radicas na carreira – seja sair de um clube pequeno para um grande, ou sair de um país para outro desconhecido -, é importante não superdimensionar seu papel. Isso na maioria das vezes dá errado.

Portanto, meus caros, encerro minha primeira coluna na expectativa pelo fim dessas novelas. Apesar de muitas ressalvas, se o Flamengo quer mesmo trazer Berrío, que seja acompanhado de Vargas ou algum outro jogador desse quilate, incontestável. Trazê-lo sozinho é um risco que não se pode mais correr.

E aí? Concorda? Deixe sua opinião nos comentários e vamos debater sobre o tema!

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Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/01/berrio-nao-e-solucao/

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