Braz pode ser candidato a vereador? Veja normas do estatuto do Flamengo

POR TULIO RODRIGUES

IMAGEM: REPRODUÇÃO/TWITTER

Desde sábado (18), véspera de Corinthians e Flamengo, circula nas redes sociais imagens do material de campanha da candidatura de Marcos Braz a uma vaga na câmara municipal do Rio de Janeiro como vereador. A imersão do vice-presidente de futebol do Flamengo na política tem gerado debates e divide os torcedores que questionam: Há algum impedimento no estatuto do clube que impeça o cartola? Ele pode se dividir entre as duas funções? Vamos ao que diz a “carta magna” do Mais Querido.

O ESTATUTO PROÍBE A CANDIDATURA?

No estatuto do clube não há qualquer dispositivo que impeça que um sócio, dirigente eleito ou nomeado, concorra a uma candidatura eletiva em qualquer esfera do poder público ou mesmo que seja nomeado por alguma autoridade. Em 2009, quando Patrícia Amorim foi eleita a primeira mulher a presidir o Mais Querido, ela tinha o mandato de vereadora em curso.

O ESTATUTO PROÍBE O USO DO CLUBE EM CAMPANHAS POLÍTICAS?

Não há também um dispositivo no texto que rege o Flamengo que seja claro e objetivo quanto a isso, mas no “Capítulo V – Dos deveres dos associados”, artigo 24, parágrafo XIII, é imposto ao associado “abster-se de usar ou envolver o nome do FLAMENGO em campanha, de qualquer natureza, estranha aos objetivos do Clube“.

O ESTATUTO PERMITE O CLUBE SE ENVOLVER COM POLÍTICA?

Também não há nada nesses termos no estatuto, mas no artigo 2°, onde se fala sobre os objetivos do clube, há referências há envolvimento com política. Inclusive, no artigo 3º, diz que “É vedada a discriminação por motivo de origem raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social“.

JÁ HOUVE ALGUM SÓCIO OU DIRIGENTE PUNIDO POR USAR O CLUBE EM CAMPANHA POLÍTICA?

Em 2002, o Flamengo sofria uma enorme crise política com o processo de impeachment do ex-presidente Edmundo Santos Silva, que estava em seu segundo mandato. O seu vice geral na época, Júlio Lopes, candidato a reeleição a deputado federal, chegou a ser afastado do clube e do cargo após ser acusado de usar o Fla em sua campanha eleitoral. Em 2018, Bandeira de Mello, sem poder participar do processo eleitoral do Flamengo, foi tentar um cargo eletivo na política. O dirigente foi alvo de inquéritos internos por usar o rubro-negro em sua campanha, mas todos foram arquivados pelos conselhos.

Em entrevista recente, Marcos Braz disse que vai conciliar as funções na campanha política com suas atribuições no departamento de futebol do Flamengo e revelou que conta também com a aprovação da diretoria liderada pelo presidente Rodolfo Landim.

Eu só saio do Flamengo demitido ou campeão do mundo. O trabalho vai continuar normalmente com muito carinho, com muito respeito sempre. Vamos nos dois. Pode ficar tranquilo que eu vou fazer os dois. Dá para fazer normalmente, é no Rio de Janeiro, não é viagem, não tem horário de jogo duas, três da tarde. Estou muito tranquilo quanto a isso aí.

As pessoas entenderam e está todo mundo torcendo por um êxito neste projeto também —, finalizou o vice de futebol.

No Resenha deste sábado (17), os comentaristas do Coluna do Fla deram suas opiniões sobre a candidatura de Braz e a mistura do clube com a política. Confira:

Fonte: https://colunadofla.com/2020/10/braz-pode-ser-candidato-a-vereador-veja-normas-do-estatuto-do-flamengo/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=braz-pode-ser-candidato-a-vereador-veja-normas-do-estatuto-do-flamengo

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