Caetano admite tristeza no Fla: “Ninguém tem condição de trabalhar”

Rodrigo Caetano entrou na sala de imprensa do Ninho do Urubu
visivelmente abatido. Antes de abrir o espaço às perguntas dos
jornalistas, fez breve pronunciamento em nome do departamento de futebol
e dos atletas. O diretor-executivo do Flamengo admitiu a tristeza de
todos com a tragédia, mostrou solidariedade às vítimas e exaltou a Chapecoense, além de falar sobre as homenagens do clube.


Estou aqui também como representante de todo o departamento de futebol
do clube não só para lamentar como também registrar nossa solidariedade a
todos os profissionais que infelizmente nos deixaram. Colegas da
imprensa de quem também me considero amigo, nossa profissão propicia isso.
Profissionais que sempre exerceram sua função com maestria, amigos que
considero, lamento demais porque é isso é irrecuperável. Principalmente
registrar solidariedade às famílias. Ninguém tem condição de trabalhar. Ontem foi um dia muito
doloroso e difícil. Pedimos para o presidente vir aqui, como figura
máxima do clube, passar algum tipo de mensagem. São dias que como eu
disse, gostaria de não estar tendo como passar. São pesadelos que não
gostaria de ter. A gente desejaria que nada disso fosse realidade. Estou
aqui em nome dos atletas mostrar nosso pesar e solidariedade. Na
Chapecoense não havia só grandes profissionais, mas pessoas e seres
humanos incríveis – declarou.

Rodrigo lembrou
em especial de Mário Sérgio, antigo colega de trabalho e amigo. Segundo o
diretor do Fla, foi do ex-jogador uma das ações mais determinantes de
sua carreira.

– Não foram só os dois
rubro-negros apenas. A gente lamenta por todos. Eu tinha uma relação
bastante próxima com o Mário (Sérgio, ex-jogador, técnico e comentarista
da Fox Sports, também vítima do acidente), ele era diretor-executivo do
Grêmio, trabalho que culminou com a Batalha dos Aflitos. Quando ele
saiu, ele disse para o presidente que não precisaríamos contratar
ninguém, que eu estava pronto para assumir em seu lugar. E eu, um
garoto, assumi isso. Por causa dele. Eu tive a oportunidade também, como
atleta, atuar com o Caio (Júnior, treinador, vítima do acidente) e o
Cadu (Gaúcho, gerente, também falecido na queda do avião), então, é
muito triste – disse.

Sobre as ações do Flamengo em relação ao acidente, Caetano seguiu as palavras do presidente Eduardo Bandeira de Mello e preferiu não entrar em detalhes. Especula-se que o Rubro-Negro use o
escudo da Chapecoense em seu uniforme. O Fla também anunciou, na
quarta-feira, homenagem póstuma ao jornalista Victorino Chermont, vítima
do acidente trágico envolvendo a Chapecoense. A nova sala de imprensa
do Ninho do Urubu, que será inaugurada no dia 13, receberá o nome do
repórter, rubro-negro declarado.

– Batizar a
sala com o nome do Victorino (Chermont) é uma homenagem singela, mas
justa, como todas as que estão ocorrendo. É muito pequeno em relação à
tragédia. Sobre as homenagens de camisa e outras ações, certamente o
marketing está estudando e vai fazer isso. Não cabe agora falar.
Te confesso que não tenho condição de falar sobre o assunto. Há profissionais que
vão fazer isso.

*estagiário, sob supervisão de Gustavo Rotstein

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2016/12/caetano-admite-tristeza-no-fla-ninguem-tem-condicao-de-trabalhar.html

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