Centro de Excelência em Performance do Flamengo vira exemplo

CEP do Flamengo

Inaugurado em fevereiro de 2016, o Centro de Excelência em Performance (CEP), é a aposta do coordenador médico do clube, Márcio Tannure, na alta tecnologia para elevar o nível da preparação física do clube. Os pilares do CEP são o desempenho, recuperação e prevenção dos atletas. Trata-se de um departamento criado para melhorar a saúde dos jogadores, sob o conceito de que um atleta mais saudável produz mais e está mais resistente a lesões. E os resultados do projeto, colocado em prática em fevereiro, têm sido positivos. Desde que o centro de excelência foi criado, apenas dois jogadores sofreram lesão muscular: o zagueiro Juan e o goleiro Paulo Victor – o meia Alan Patrick se machucou no início de fevereiro, mesma época em que o CEP começou a funcionar.
“Hoje, na Série A, o Flamengo é um dos times com menor incidência de lesão, se não for o que teve menos. Foi o time que mais viajou para jogar. Se a gente for ver proporcionalmente, com esse fator que é muito ruim, estamos muito acima da média. Um dos que teve menos lesão.”, disse Tannure.
“Estamos bem satisfeitos com isso. Poucos atletas impedidos de jogar por lesão. A gente faz o trabalho preventivo, de preparação física, de forma integrada. Todos os setores estão envolvidos, inclusive a parte técnica. O que a gente percebe é que algumas equipes estão sofrendo mais. Isso é um processo paulatino. Não adianta esperar resultados em março de uma metodologia implantada em fevereiro. Contamos também com a conscientização dos atletas. O desenvolvimento é gradativo. A gente espera que em um ano o trabalho esteja atingindo maturidade.”, analisou um dos preparadores físicos do clube Daniel Gonçalves, que já coordenou o CEP.
Hoje, a equipe do CEP FLA é composta por dois preparadores físicos, dois fisiologistas, três fisioterapeutas, cinco médicos e três psicólogos. Um time que tem a tecnologia como aliada. Com aparelhos de última geração, o clube caminha para se transformar em referência em inovação científica no futebol brasileiro.
“A gente sempre busca a excelência. O bom é inimigo do ótimo. Estamos implementando novas metodologias, mas temos que aperfeiçoar. No início do ano, a gente fez avaliação funcional, de marcha, perfil de DNA de cada um, código genético, propensão de lesão, dificuldade de recuperação, desequilíbrio de marcha. Foram feitas todas essas avaliações. Foi colhido o material genético deles. É difícil de fazer. A gente cruza com outros dados para saber qual a deficiência, biomecânica, avaliação de marcha, correção. São duas grandes causas de lesão: marcha incorreta e execução incorreta do movimento.”, frisou Tannure.

Sem poder jogar nos principais palcos do Rio, o Mais Querido elegeu Brasília e Volta Redonda como casas provisórias na temporada. Mas, por interesses econômicos, já jogou em Manaus e vai atuar em Natal e no Espírito Santo. O trabalho do CEP também acompanha esse número elevado de viagens.
“Mudamos muito a rotina, não só pelo excesso de viagens, mas pela nova tecnologia de treinamento. Mudamos desde o início do ano para fazer a prevenção, o trabalho funcional, de força, de correção de movimento, tudo isso. É uma coisa que a gente acredita. Foram muitas mudanças. Várias outras mudanças logísticas para lidar com a fadiga central do atleta, que perde noite de sono por exemplo, o que interfere na recuperação.”, explicou o médico Márcio Tannure.
“Somos a equipe que mais viajou no futebol brasileiro e estatisticamente as equipes que viajam muito têm perda de desempenho. Chega a cair 29% o êxito da equipe visitante. Estamos satisfeitos porque estamos conseguindo nos manter na briga pelo G-4. O campeonato é cruel para aqueles que têm sua casa, têm sua praça, imagina para a gente.”, completou Daniel Gonçalves.
Time com mais fôlego
Segundo a equipe do CEP, o desempenho do time tem registrado uma melhora considerável, especialmente na reta final das partidas.
“A gente está percebendo crescimento do time nos minutos finais. Fizemos praticamente três partidas com jogador a menos, contra Chapecoense, Ponte Preta e Palmeiras, o que gera desgaste. Mas a gente conseguiu ter um desempenho adequado. Contra o Cruzeiro, passamos por uma situação normal de contra-ataques. Já contra o São Paulo a gente terminou com intensidade. Temos percebido o aumento da distância total percorrida e do número de piques. A média mundial varia de 50 a 60 piques. Temos atletas nossos que dão de 80 a 90 piques por jogo.”, informou o preparador físico.
Daniel Gonçalves cita dois atletas que têm apresentado evolução.
“Vale ressaltar a função do Alan Patrick, que está mais intenso, mais participativo, é referência técnica do nosso time. O Willian Arão cresceu em assistências e desarmes, se desloca o tempo todo fazendo movimento de área a área. Arão tem percorrido quase 12 mil metros por jogo. Hoje, temos cinco atletas percorrendo 11 mil metros por jogo. São dados muito relevantes.”.
Após o jogo da última quarta-feira (22), contra o Santa cruz, no Arruda, o técnico Zé Ricardo também comentou o trabalho do Centro de Excelência em Performance do Flamengo e disse que recorreria aos dados do departamento para avaliar a condição de cada atleta antes de definir o time titular para o p´roximo jogo.
“A gente tem tido o menor índice de lesão do Brasileiro, ou um dos menores. A gente tem um centro de excelência que monitora muitas informações. Alguns atletas estão desgastados, alguns deles participaram de todos esses sete jogos em que eu estou no comando. Vamos ver com quem vamos poder contar contra o Fluminense.”.
Terminada a décima rodada do Campeonato Brasileiro, o Mais Querido encontra-se na quarta posição, com 17 pontos, dentro da zona de classificação apra a Libertadores. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Fluminense na Arena das Dunas, em Natal. O jogo será no domingo (26), às 16h.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/23613/centro-de-excelencia-em-performance-do-flamengo-vira-exemplo

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