Dirigente do Fla diz que clube não tem como impedir entrada de organizadas

As cenas de vandalismo protagonizadas por duas torcidas organizadas do Flamengo ofuscaram o clássico entre o clube da Gávea e o Vasco, nesta segunda-feira, no Tijuca Tênis Clube, no Rio. Mesmo com torcida única do time mandante, o jogo foi marcado por dois grandes incidentes na arquibancada e ao menos duas invasões de quadra após a partida. Vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa afirmou que o clube não tem como impedir a entrada de organizadas, uma vez que os mesmos têm adquirido seus ingressos a preços comuns nas bilheterias. Póvoa criticou a Federação de Basquete do Estado Rio pela marcação da partida para o Tijuca, lembrando que a cidade conta com cinco arenas olímpicas e que o Flamengo tenta, há quatro anos, aprovar o projeto de construção do seu ginásio multiuso, na Gávea.

– Estamos
jogando num lugar menor tendo cinco arenas olímpicas na cidade. São
arenas construídas com o dinheiro público e não podemos jogar lá. Sem
contar que o Flamengo quer ter uma arena própria, que o poder público
não nos deixa construir há quatro anos. Estão enrolando o Flamengo de
todas as formas, é estranho, porque é uma obra 100% privada. Quanto às torcidas organizadas, posso dizer que ninguém aqui ganha ingresso de graça, nem no futebol. Isso já acontece
no clube desde 2013, então se o torcedor compra a sua entrada ele tem o direito de assistir ao jogo. Não temo que o Flamengo seja punido, somos no
mínimo réus primários nessa história – comentou Póvoa.

Presidente da Federação de Basquete do Rio, Álvaro Lionides revelou que a tendência é que os próximos jogos de maior apelo do Estadual sejam realizados no Maracanãzinho ou em alguma arena olímpica. Segundo o dirigente, já há conversas para a liberação dos tais ginásios nos próximos clássicos. No dia 15 deste mês, Vasco e Flamengo voltam a se enfrentar pela terceira rodada do returno. À princípio, o jogo está marcado para o Tijuca com torcida única vascaína, o que pode ser mudado.

– Se ficarmos remoendo não vamos encontrar solução. Vamos buscar a liberação dos tais legados olímpicos, especificamente o Maracanãzinho, para darmos continuidade a um campeonato tão bonito – afirmou Leonides, que revelou que o Flamengo deverá ser punido com multa pelas confusões desta segunda-feira.

Póvoa também pediu desculpas pelos incidentes no clássico contra o Vasco. Quando conversava com jornalistas na quadra ao final da partida, o dirigente chegou a ser interpelado por um torcedor com o uniforme de uma facção. Gritando palavras de ordem na beira da arquibancada, ele criticou a montagem do elenco para a temporada 2016/17 e afirmou que a torcida não tolerará mais maus resultados.

– Foi um grande jogo, é claro que não gostamos de perder, mas faz parte do
processo, porque o time é novo, e o Vasco está treinando há mais tempo.
O Flamengo, como mandante da partida, pede desculpas pelo que aconteceu,
mas o que está acontecendo aqui (partida com torcida única no Tijuca) é
tirar o sofá da sala quando você é traído – comparou.

O vice de esportes olímpicos do Flamengo criticou ainda o Grupamento Especial da Policiamento de Estádios (Gepe) da Polícia Militar do Rio pela obrigatoriedade de torcida única nos clássicos do Estadual 2016. Irritado, Póvoa ameaçou até boicotar o campeonato do ano que vem caso não aconteçam mudanças.

– Daí vamos
jogar no Tijuca, e o Gepe manda torcida única. É a primeira vez que
acontece isso. Não seria melhor jogar com as duas torcidas no
Maracanãzinho ou Arena Olímpica? Se for para jogar Flamengo x Vasco com torcida única no Carioca, a gente não joga o torneio do ano que vem. Vamos mandar um sub-20, porque estamos perdendo muito dinheiro nessa história – frisou.

Procurada pelo GloboEsporte.com após a partida para se defender das críticas do dirigente, a PMERJ ainda não se manifestou sobre o assunto. A Federação do Rio não soube informar quantos policiais trabalharam na partida, mas o GloboEsporte.com apurou que um grande contingente de homens do 6º BPM foram deslocados para o ginásio após o primeiro incidente.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2016/10/dirigente-do-fla-diz-que-clube-nao-tem-como-impedir-entrada-de-organizadas.html

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