Fla-Beirute: Paz e rubro-negrismo no Oriente Médio

Eduardo, Thiago, Felipe, Diego e o libanês Hage Mo

Em uma das regiões mais conflituosas do planeta Terra, o amor pelo Flamengo se manifesta junto com a busca pela paz. O Líbano fica bem no coração do Oriente Médio e já sofreu com inúmeras guerras – no próprio território ou nos países vizinhos. Lá, a ONU mantém uma missão de paz – a Força Tarefa Marítima das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). Esta unidade é comandada desde 2011 por um almirante brasileiro. E, como não poderia deixar de ser, onde há brasileiros, há rubro-negros.
Eduardo Brandão de Oliveira trabalha na Marinha brasileira e faz parte da missão brasileira. Ele explica que a força tem embarcações de diferentes países: Alemanha, Grécia, Indonésia, Bangladesh e Turquia, além do Navio Capitânia, que é verde-e-amarelo. Os navios brasileiros ficam por seis meses na função, e, ao fim do período, são rendidos por outra embarcação nacional.
Oliveira conta que sua primeira ida ao país foi em 2011, tendo voltado à função em mais duas ocasiões. Nesta missão inaugural, nem a distância nem o fuso horário foram capazes de frear uma de suas maiores paixões: a pelo Flamengo.
“O Flamengo fazia uma boa campanha no Brasileiro de 2011. Tínhamos que arrumar um jeito de assistir aos jogos do Mengão”, explica. “Nos organizamos e mesmo com o fuso horário jogando contra – os jogos das 22h de Brasília eram às 4h da madrugada em Beirute -, criamos o grupo para acompanhar os jogos. Fosse pela internet, com informações de amigos… O que fosse necessário para acompanharmos o Mengão. Com a classificação para a Libertadores 2012, a vontade só aumentou e o grupo foi sendo passado de Navio para Navio até hoje”
Os marinheiros brasileiros desempenham diversas funções no Líbano. A missão tem como objetivo vistoriar e impedir a entrada de armas ilegais e material semelhante no país, além de contribuir para o treinamento da Marinha local para que consigam realizar este trabalho ao fim da missão das Nações Unidas.
Eduardo explica que já foi mais difícil acompanhar as partidas.
“Até 2014 tínhamos a Globo Internacional, que passava alguns poucos jogos do Mengão. Na maioria das vezes, contávamos com amigos e familiares para repassar as informações. Hoje em dia, assistimos aos jogos pela BeIn Sports, uma das maiores empresas de TV do Oriente Médio. Eles passam os jogos do Brasileirão, Sul-americana, Carioca e Libertadores. Facilitou muito nossa vida”, diz.
E a paixão pelo Flamengo é tão forte que transcendeu as barreiras internacionais. Como conta o marinheiro, os libaneses já começaram a fazer parte da Nação Rubro-Negra.
“Evidentemente, os libaneses que gostam de futebol, quando falam de times e do futebol brasileiro, lembram do Flamengo. Quase todos lá torcem para Barcelona ou Real Madrid, mas exploramos este espaço. Em nossas confraternizações, quando estamos de folga, sempre que podemos ostentar o Manto Sagrado o fazemos e os que não conhecem, sempre perguntam quando olham o ‘mar rubro-negro’. São tantas as camisas do Mengão! Os que nos conhecem acabam por torcer pelo Fla só para verem a alegria nas vitórias”, conta.
Ele diz que a maioria dos integrantes da Fla-Beirute são brasileiros, mas que há a presença de locais.
“Somos todos brasileiros, com um bom número de sócios-torcedores – que inclusive não cancelam, mesmo passando até mais de 9 meses fora do Brasil. Sou sócio torcedor desde 2013. Claro que, para acompanhar alguns jogos, nossos amigos libaneses se juntam e torcem. Um amigo nosso, o Joseph Hage Moussa, aprendeu a gostar do Mais Querido. Falta só a visita ao RJ para assistir o Mengão e ratificar!”, brinca.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/25148/fla-beirute-paz-e-rubro-negrismo-no-oriente-medio

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