Flamengo vive dilema entre continuidade de filosofia e pressa por títulos na busca por técnico

O Flamengo tem três partidas de mata-mata nas próximas semanas e ainda não sabe quem vai comandar a equipe após a demissão de Zé Ricardo. Apenas que Jayme de Almeira estará a frente do time amanhã contra o Palestino, pela Copa Sul-Americana. O presidente Eduardo Bandeira de Mello sequer apareceu ao lado do diretor Rodrigo Caetano para dar explicações sobre a saída do treinador no domingo, após derrota para o Vitória. E o plano inicial para assumir o cargo, Roger Machado, não avançou nas conversas após primeiro contato.

Com orçamento de mais de R$ 150 milhões para o futebol em 2017, o clube tenta não agir às pressas e quer tomar a decisão com cautela, para o longo prazo. Por isso, conversa em algumas frentes. Dos técnicos disponíveis, Carpegiani, campeão do mundo no clube em 1981, foi bem cotado antes da reunião do Conselho Diretor na noite de ontem. No encontro, o nome de Reinaldo Rueda e a predileção por estrangeiros voltou a se mostrar um dilema. O clube quer um comando moderno e experiente ao mesmo tempo.

– Estamos avaliando perfis distintos dentre as opções. Alguém que tenha metodologia, que dê seguimento, capacidade de liderança, o que independe de ser jovem. Não há preconceito com idade. Temos que reunir isso tudo dentre as opções que temos – explicou Rodrigo Caetano, projetando um trabalho pelos próximos dois anos.

A necessidade de adaptação de um treinador estrangeiro em meio a esperanças de um título de expressão ainda neste ano, sobretudo na Copa do Brasil, coloca o dilema na mesa. Mesmo assim a ideia é conciliar um projeto a longo prazo com a continuidade do trabalho de Zé Ricardo. Isso tudo sem mudar a filosofia do futebol, de decisões conjuntas e multidisciplinares.

– Que o torcedor tenha um pouco de calma porque assim faremos para escolher um bom nome, para dar seguimento a tudo que foi bem realizado pelo Zé Ricardo, ao modelo que o Flamengo acredita – disse Caetano.

A saída de Zé Ricardo foi caracterizada como necessária devido ao clima considerado insustentável para o treinador junto a torcida. O clube ignorou por exemplo que o técnico não teve tempo para treinar depois de receber os principais reforços. E colocou na conta da queda de desempenho.

– Achamos que os resultados voltariam, mas isso não ocorreu. Pregamos a continuidade, então lamentamos interromper o trabalho. O clima ruim transpirou para o campo – resumiu o dirigente.

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/flamengo-vive-dilema-entre-continuidade-de-filosofia-pressa-por-titulos-na-busca-por-tecnico-21680592.html

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