Depois de duas derrotas consecutivas, para Fluminense e Ceará. no Maracanã, que minaram o prestígio de Rogério Ceni internamente, membros da diretoria e do conselho de futebol do Flamengo debateram a permanência do treinador ao longo de toda a segunda-feira, folga do time. Mas o principal assunto no clube é a estrutura do futebol como um todo, que sofre uma espécie de congelamento em função do contexto político.

Desde cedo o presidente Rodolfo Landim tratou do assunto com o vice de relações externas, Bap, e o diretor de futebol Bruno Spindel, na Gávea. Marcos Braz, vice de futebol, também compareceu para falar de Ceni. Em um segundo momento, o vice de finanças Rodrigo Tostes marcou presença. Até agora, o vice de futebol Marcos Braz dava respaldo para o trabalho, bem avaliado internamente.

Mas a ala liderada por Bap, vice de relações externas, já entende que Ceni não deu liga. Uma das possibilidades debatidas no clube seria a chegada de um profissional para desempenhar o papel que era do gerente de futebol Paulo Pelaipe até o começo do ano passado.

A ideia de contratar um coordenador de futebol também já esteve presente, mas incluir uma figura de poder seria tirar de Marcos Braz o protagonismo. E o dirigente no momento é resistente a isso. Aceita, desde o início da gestão, que o Conselho de Futebol dê palpites, mas no dia a dia ninguém apita quase nada.

Os demais vice-presidentes entendem que o modelo de gestão do futebol precisa de um ajuste, mas a saída de Marcos Braz, em ano de eleição, com as conquistas de 2019 na bagabem, poderia transformá-lo em um adversário duro no pleito que se avizinha no fim do ano.

Por isso, a não ser que o dirigente entregue o cargo e se dedique a vaga de vereador eleito do Rio de Janeiro, a estrutura de poder se manterá. Se o Flamengo for campeão, Braz reverte a imagem negativa do momento e traz a diretoria todo com ele. Se for para a Libertadores, apenas, sofrerá as críticas sozinho.

Mudanças drásticas, com a reformulação não só do elenco, como entre dirigentes, ganhariam força ainda maior em caso de ausência na competição sul-americana.