“O Flamengo escapou por pouco”. Foi assim que a crônica do Jornal O Globo de 5 de novembro de 1992 definiu a partida contra o Racing, no jogo de ida da semifinal da Supercopa Libertadores. Nesta sexta-feira, foi sorteado que Rubro-Negros e argentinos irão se reencontrar por uma competição internacional e reescrever mais um capítulo de uma história recheada de amistosos, mas poucos jogos oficiais. No único confronto eliminatório registrado, melhor para a equipe de Avellaneda.

Somando amistosos, são 13 jogos com cinco vitórias para cada lado e três empates. Até mesmo a Supercopa Libertadores rende debates sobre o seu valor, mas é tratada como competição oficial pela Conmebol. Nas fases anteriores da edição de 1992, o Flamengo eliminou o Grêmio e o Estudiantes (ARG), enquanto o Racing tirou o Independiente (ARG) e o Nacional (URU).

Nesta semifinal, o Flamengo encarou o Racing no Pacaembu, em São Paulo, já que o Maracanã estava fechado devido as obras da queda do alambrado em jogo pelo Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro até fez um bom primeiro tempo, mas errou demais no segundo. O placar foi aberto com um golaço de Junior, que encobriu o goleiro Roa. Mas aos 18 minutos da segunda etapa, Graciani empatou de cabeça para o Racing.

Dois minutos depois, Garcia foi lançado em velocidade e driblou o goleiro rubro-negro Gilmar para virar. Paulo Nunes conseguiu empatar de novo, mas os argentinos tornaram a frente após pênalti de Junior Baiano, que reclamou da arbitragem.

— O juiz inventou o lance. Eu apenas botei o braço na frente e o jogador se atirou — reclamou o zagueiro.

O Flamengo só não saiu derrotado do Pacaembu porque Paulo Nunes foi derrubado na área aos 48 minutos do segundo tempo e Djalma Dias empatou. Após a partida e o empate em 3 a 3, o Maestro Junior criticou a “infantilidade” da equipe rubro-negra.

— O time foi muito infantil. O Racing é uma equipe malandra e soube tirar proveito da nossa empolgação. Não podíamos entrar na catimba deles. Agora vamos ter que correr atrás da classificação lá em Buenos Aeires. Mas o Flamengo costuma se superar nos momentos mais difíceis e ainda temos chances de chegar à final — declarou.

Flamengo x Racing, em 1992 Foto: Acervo/Jornal O Globo

Mas Junior não contava que o Racing faria uma partida quase perfeita para vencer. O Flamengo dominou, pressionou e teve as melhores chances, mas um momento de desatenção custou a vaga na final. Aos 14 minutos, Graciani aproveitou uma falha da defesa rubro-negra para cabecear na pequena área e fazer o 1 a 0 que definiria a partida.

Os jogadores do Flamengo culparam o árbitro Jorge Orellana pela desclassificação. Segundo relatos, dois pênaltis não foram marcados para o Rubro-Negro e o anti-ijogo dos argentinos foi aceito.

— Foram dois pênaltis claros. O juiz nos prejudicou nitidamente. O time do Flamengo atuou com garra e brilho. Mas, infelizmente teve um mau juiz pela frente — reclamou Uidemar.

— O jogo foi truncado e o juiz facilitou isso. Ele não parecia disposto a levar o jogo com mais rapidez. O Flamengo fez uma grande partida — lamentou o goleiro Gilmar.

x2.png.pagespeed.ic.UOCzkxSWpw Flamengo x Racing: única eliminatória teve golaço de Junior, pênalti no fim e críticas à arbitragem
Flamengo x Racing, em 1992 Foto: Acervo/Jornal O Globo

Confira os confrontos entre Flamengo e Racing:

Flamengo 2 x 1 Racing (Taça Desafio 50 anos Petrobrás – 2003)

Flamengo 0 x 1 Racing (Super Copa dos Campeões da Libertadores – 1992)

Flamengo 3 x 3 Racing (Super Copa dos Campeões da Libertadores – 1992)

Flamengo 2 x 3 Racing (Amistoso Internacional – 1969)

Flamengo 3 x 2 Racing (Torneiro Internacional de Marrocos – 1968)

Flamengo 0 x 2 Racing (Troféu Teresa Herrera – 1968)

Flamengo 1 x 2 Racing (Amistoso Internacional – 1968)

Flamengo 2 x 0 Racing (Torneio Internacional de Santiago – 1964)

Flamengo 2 x 0 Racing (Amistoso Internacional – 1958)

Flamengo 3 x 3 Racing (Amistoso Internacional – 1958)

Flamengo 1 x 4 Racing (Amistoso Internacional – 1958)

Flamengo 2 x 1 Racing (Torneio Internacional do Rio – 1955)

Flamengo 1 x 1 Racing (Torneio Internacional do Rio – 1953)