Foram 48 horas de reuniões, debates, dúvidas sobre o futuro de Rogério Ceni e questionamentos sobre os motivos que levam o time do Flamengo a jogar sem a atitude esperada. Mas como o que vale é bola na rede, a quarta-feira enfim foi de foco no campo. Com dias livres para se preparar para o jogo contra o Goiás, o treinador estuda mudanças a partir da ausência de Gerson, suspenso da partida.

A tendência é não inventar nada muito diferente. Uma vez que os improvisos até agora não deram resultado. Por isso, o movimento mais óbvio tem duas alternativas. A primeira, lançar Diego Ribas na vaga em aberto e manter a formação tática. A segunda, mais ousada, seria lançar Gabigol aberto pelo lado direito, com Éverton Ribeiro na armação. Nos dois casos, Pedro seria mantido. Mas no primeiro dia com mais tempo para treinar a parte técnica, física e tática, nenhum esboço do time titular. O que deve acontecer a partir desta quinta-feira, de olho no Ceará, compromisso de segunda.

A má fase do setor ofensivo não é o que mais preocupa. Desde o goleiro, o Flamengo vive uma crise técnica de suas principais peças. Diego Alves, que se lesionou, é esperado, mas em sua ausência Hugo Neneca e César falharam. Os dois laterais, Isla e Filipe Luís, não demonstram o mesmo apoio na criação. O chileno sobe menos ao ataque. O veterano tem errado muito e marcado mal.

A barração de Filipe Luís ainda não foi cogitada por Ceni. Nem a de outras peças em má fase, como Éverton Ribeiro. Até agora, a ideia é trabalhar para que os jogadores ganhem confiança outra vez, maior preocupação do treinador.

Depois de improvisar Arão na defesa, Ceni trocou ideia com o jogador, que demonstrou que não se sentia confortável na posição. Em seguida, acabou recuando o volante novamente. A leitura de jogo do técnico durante as partidas é apontada internamente como um dos seus problemas. Mesmo com treinamentos em alto nível, Ceni não consegue encaixar o time nos jogos.

A semana livre de treinos servirá para mais uma tentativa. O respaldo dado pela diretoria deixa o treinador um pouco mais sossegado para exercer seu trabalho.

A expectativa é que o goleiro Diego Alves se recupere totalmente da lesão na coxa e reforce o time. O camisa um é apontado hoje como o principal líder dentro de campo, aquele capaz de falar com os companheiros e orientar movimentações. A tendência, inclusive, é que se retornar, seja como capitão, no lugar de Éverton Ribeiro. O camisa sete é liderança técnica, mas fala muito pouco.