Cansaço ou oscilação normal da idade? Lucas Paquetá não tem conseguido repetir nas últimas partidas o protagonismo que teve pelo Flamengo nas rodadas iniciais do Brasileirão. E os números ajudam a mostrar que a queda de rendimento da equipe está diretamente ligada à participação menor do camisa 11 nas partidas.
Apontado como responsável por melhorar o desempenho do time de Maurício Barbieri desde que foi recuado para atuar mais próximo de Cuéllar, auxiliando no combate e na saída de bola, o jovem de 20 anos parece desgastado. Presente em 24 partidas, é o segundo atleta que ficou mais minutos em campo pelo Flamengo na temporada: 1.989. Apenas Renê, com 2.087, o supera.
A consequência disso? Um Paquetá e, por tabela, um Flamengo menos intenso, como se viu diante de Vasco e River Plate.
Jogadores que mais atuaram na temporada:
- Renê – 24 jogos – 2.087 minutos
- Paquetá – 24 jogos – 1.989 minutos
- Rodinei – 23 jogos – 1.874 minutos
- Vinicius – 26 jogos – 1.726 minutos
- Diego Alves – 19 jogos – 1.710 minutos
O cartão amarelo recebido diante do River Plate, que o tira da primeira partida das oitavas de final, não aconteceu por acaso. Sem a mesma força física que o permitiu recuperar 13 bolas entre roubadas e desarmes no duelo com o Ceará, o primeiro na nova função, Paquetá chegou atrasado em divididas e cometeu sete faltas em Buenos Aires.
A partida do Monumental de Nuñez foi também a que o camisa 11 menos teve a bola nos pés contando os últimos cinco jogos entre Brasileirão e Libertadores. Foram apenas 28 passes (seis errados). Contra Ceará e Inter, por exemplo, em suas melhores exibições, superou a marca de 50.
Paquetá nos últimos jogos(sem contar a Copa do Brasil):
- Ceará –50 passes – 5 errados, 13 desarmes/roubadas de bola, 3 finalizações
- Inter –53 passes – 2 errados, 6 desarmes/roubadas de bola, 3 finalizações
- Emelec –39 passes – 6 errados, 6 roubadas de bola, 2 finalizações
- Vasco –36 passes – 4 errados, 4 desarmes/roubadas de bola, 1 finalização
- River –28 passes – 6 errados, 5 roubadas de bola, 3 finalizações
As estatísticas não incluem os duelos contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil, quando Paquetá também foi decisivo. No jogo de Campinas, foi dele a assistência para o gol de Henrique Dourado, que garantiu a classificação às quartas de final.
Após a atuação morna no empate sem gols com o River Plate, o auxiliar técnico Maurício de Souza foi questionado sobre o desgaste da equipe e respondeu:
– Não acredito que a equipe esteja cansada. Mas sem dúvida nenhuma precisamos ter mais atenção com isso. É uma sequência desgastante demais. Acredito que se não olharmos com atenção para isso, para essa sequência, vamos ter problemas. Mas estamos conversando com o Centro de Excelência em Performance.
Por mais que tenha sido poupado no duelo com a Chapecoense, fora de casa, há duas rodadas, é difícil não relacionar a oscilação de Paquetá ao desgaste físico. Com exceção do jogo na Arena Condá, o meio-campista esteve presente em praticamente todos os 90 minutos dos últimos dez jogos do Flamengo (contra o América-MG saiu já aos 90, e diante do Ceará aos 88).
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