Gerações à prova: com 11 pratas da casa no Ceará, Fla tem altos e baixos

Onze jogadores formados na Gávea. Ou melhor. Na nova onda da garotada do Ninho, Juan, veterano da turma, é “old school” e não pegou fase de CT em Vargem Grande da base. Mas o que interessa é que o Flamengo levou a Fortaleza um time inteiro de quatro gerações revelada dentro de casa. De Juan a Loran, era noite para colocar à prova a força do elenco prata da casa de garotos e veteranos. No empate em 0 a 0 contra o Ceará, eles viveram altos e baixos.

Foi a partida que o Flamengo menos finalizou na Primeira Liga. Foram 12 tentativas – seis no gol, seis para fora. Nas duas partidas anteriores pela competição, 18 finalizações contra o Grêmio e 15, diante do América-MG. Zé Ricardo, que comandou Paquetá, Ronaldo, Vizeu, Savio e Cafu na campanha vitoriosa da Copinha de 2016, lembrou que o ritmo de jogo faz diferença na hora de colocar muitos em ação ao mesmo tempo. Mas ressaltou a importância de sentirem o clima de partida oficial, ainda mais com a presença de um ídolo de tanta história dentro e fora do clube.

– Foi legal ter a experiência deles viajarem junto com o Juan. A convivência em aeroporto, hotel, avião. É importantíssimo que atletas mais jovens ganhem condições de jogo, mais maturidade, para poder enfrentar jogadores de alto nível. Fico feliz por poder prospectá-los no time profissional. Terminamos o jogo com atletas 1997 (ano de nascimento), com idade de juniores. Mas tinham por perto o suporte do próprio Juan, do Márcio Araújo, do Cuéllar, do Gabriel… Bom para eles se sentirem mais seguros – analisa o técnico Zé Ricardo.

Juan teve dificuldades contra um contemporâneo, o atacante Magno Alves (38 anos do zagueiro, 41 do jogador do Ceará), Adryan tentou escapulidas pela esquerda e a dupla campeã da Copinha de 2016, titular nesta partida, tentou resolver a parada, mas não estavam muito inspirados.

– A gente fica feliz de jogar todos juntos. É um sonho para todos nós da base, tentando espaço no profissional. Fico feliz não só por mim, mas por todos que vêm da base podendo ter espaço. Que a gente possa continuar dando resultado – celebrou Felipe Vizeu, após o jogo.

Confira o desempenho e as chances de aproveitamento de cada um na temporada:

Juan – 38 anos – Revelado pelo Flamengo em 1996, o veterano formou zaga ao lado de Donatti mais uma vez. Tentou cortar chute perigoso de Magno, não conseguiu, mas levou a melhor na maioria dos combates. Foi rápido e impediu giro do ex-tricolor dentro da área, afastando o perigo em bola na área. Chances de aproveitamento: disputa com Donatti a condição de reserva imediato da zaga titular.

Adryan – 22 anos – Pertence a outra geração mais antiga, foi campeão da Copa São Paulo de Juniores de 2011. Fez grande jogada no segundo tempo ao tocar de calcanhar para Renê dentro da área. Antes, conseguiu um drible bonito na ponta esquerda, mas finalizou mal. Também acertou chute fraco no meio do gol. Zé Ricardo tenta torná-lo opção para substituir Everton, que ainda é mais veloz, mais disciplinado e mais constante do que a prata da casa rubro-negra. Chances de aproveitamento: é o reserva imediato de Everton.

Lucas Paquetá – 19 anos – Dias depois de fazer um golaço de primeira no Campeonato Carioca contra o Madureira, o meia foi bem marcado. Mesmo assim, foi dele um passe preciso que deixou Vizeu cara a cara com o goleiro no primeiro tempo. Perdeu uma bola no meio de campo que rendeu contra-ataque perigoso ao Vozão. Tentou enfiadas de bola, procurou jogo, mas não foi o suficiente para furar a defesa do Ceará. No segundo tempo, um toque sutil por cima da zaga deixaria Vizeu novamente na cara do goleiro, mas errou o passe. Chances de aproveitamento: atua na posição de Diego. Quando Conca tiver condições, deve voltar um passo na fila.

Felipe Vizeu – 19 anos – O atacante perdeu duas boas chances logo no início do jogo – a melhor delas foi a primeira, mas demorou a chutar de pé direito. Mostrou vontade, ajudou na marcação e fez até algumas faltas. Chances de aproveitamento: uma grande atuação poderia pressionar Damião, mas ainda tem a condição de segundo reserva de Guerrero.

Matheus Sávio – 19 anos – Entrou no segundo tempo, pelo lado esquerdo e ajudou no contra-ataque perigoso que passou por Paquetá e terminou na finalização perigosa de Rodinei. Arriscou um chute, sem perigo, e o goleiro Everson pegou sem dificuldades. Chances de aproveitamento: Zé pretende utilizá-lo pelos lados do campo. Está no fim da fila que tem Berrío, Adryan e Gabriel.

Cafu – 21 anos – Entrou no fim e apareceu bem na finalização mais perigosa do Flamengo no segundo tempo, quando puxou para o meio e bateu forte, de esquerda, para ótima defesa do goleiro Everson. É mais um campeão da Copinha. Chances de aproveitamento: é opção para o meio de campo, mas deve ter poucas chances diante de tantas opções para o setor.

Ronaldo – 21 anos – Entrou na vaga de Gabriel quase nos acréscimos. Ex-meia, atuou mais avançado nos poucos minutos em campo. Sofreu uma falta e só. Porque o jogo já estava acabando. Chances de aproveitamento: está atrás dos reservas Márcio Araújo e Cuéllar.

O que vem por aí – No banco de reservas, que não entrou em campo, Zé tinha os seguintes jogadores: Thiago, 21 anos, que hoje é o reserva imediato de Muralha. Moraes, 19 anos, lateral-esquerdo. Léo Duarte, 20 anos, zagueiro. E o mais jovem da turma que viajou, Loran, atacante.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2017/02/geracoes-prova-com-11-pratas-da-casa-no-ceara-fla-tem-altos-e-baixos.html

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