Dados estatísticos do Flamengo mostram que a queixa do técnico Domènec Torrent sobre o desempenho físico dos jogadores nas derrotas para Atlético-MG e Atlético-GO têm fundamento até determinado ponto.

O GPS do clube ilustra que os atletas percorreram uma distância maior do que a média recente sob o comando de Jorge Jesus. E as análises internas indicam que isso significa que o time esteve mais desorganizado e teve menos posse de bola.

Sobretudo na última partida, em que a posse esteve em 65%. Valor semelhante ao da estreia do Brasileiro, e visto também nas finais do Estadual. Com Jesus, o Flamengo percorria distâncias menores.

Primeiro, porque ficava com a bola. Segundo, porque quando a perdia, recuperava rápido. As duas competências não foram vistas sob o comando de Domènec Torrent desde sua estreia.

O novo treinador admitiu internamente que implementou muitas ideias de uma vez e não teve tempo para prática. Ele quer primeiro lapidar a intensidade do elenco, para introduzir seus conceitos com o time 100%.

Para encontrar o tom ideal das mexidas, Dome correrá o risco de levar seu grupo ao limite físico até achar o encaixe perfeito. Por isso, já começou a rodar o grupo.

No momento, os jogadores do Flamengo terão que passar por um processo de manutenção da forma física, já que terão uma maratona de jogos pela frente, que não permite muito ganho.

Não à toa Dome pediu tempo ao tempo. E ao torcedor. E os jogadores, o mesmo. A pena por tentar compreender as novas ideias gerou mais desgaste físico e emocional. E os resultados ruins pesam ainda mais.

Nas próximas rodadas, o Flamengo terá que provar se a convicação na contratação de Torrent está mantida. Não apenas a diretoria, mas os atletas. Que até agora não escondem que o modelo Jorge Jesus poderia ter sido mantido.

Em conversa com o novo treinador, o elenco se mostrou disposto a uma transição mais suave, sem traumas. Além dos próprios resultados adversos que naturalmente podem aparecer.