Quem viu o Flamengo treinado por Jorge Jesus e o compara com o de Domènec Torrent não o reconhece. É apenas o segundo jogo oficial do catalão, mas a nítida sensação de retrocesso já causa insatisfação nos torcedores. Tropeçar no Atlético-MG de Jorge Sampaoli é compreensível, mas levar um baile do Atlético-GO como ontem, no Estádio Olímpico, traz preocupação. O placar de 3 a 0 foi pouco para os goianos, que não atuavam há cinco meses.

Torrent tem parcela de culpa pela péssima escalação. Sem Rafinha, com proposta do futebol grego, a opção foi deslocar Rodrigo Caio para a lateral-direita. Improvisado, foi a estrada de tijolos dourados dos goianos, que empilharam chances no setor contra um Flamengo desorganizado, espaçado e apático.

Diego Alves ainda precisou fazer milagres para impedir que o Atlético-GO não abrisse uma goleada ainda no primeiro tempo. Porém, nada pode fazer quando Hyuri abriu o placar em desvio na pequena área ou quando Ferrareis acertou um belíssimo chute de fora. O VAR ainda anulou o que seria o terceiro tento por impedimento.

Nem mesmo Gabigol salvou. O camisa 9 chegou ao sexto jogo sem balançar as redes e aumentou a maior seca com a camisa rubro-negra. Em campo, perdeu chances inacreditáveis para alguém de sua categoria.

As coisas só melhoraram quando Torrent fez o simples no segundo tempo: trouxe Rafinha e voltou à formação usada por Jesus. Mas era tarde. O Rubro-Negro até melhorou por alguns minutos, mas Ferrareis acertou outro belo chute e fez o terceiro.

O baque esfriou a reação e tornou o fim de jogo em algo protocolar. O Fla não perdia nas duas primeiras rodadas de Brasileiro desde 1997.