João Luis Jr.: “Flamengo: um time que desistiu de jogar futebol”

Porque o que se viu durante os 90 minutos da partida na Colômbia foi talvez a equipe mais acomodada, desanimada e sem qualquer ambição além de ver o tempo passar de toda a história do Flamengo. Uma defesa confusa, um meio campo absolutamente omisso e um ataque que parecia ter entrado em campo obrigado pela mãe, marcaram essa que foi uma das atuações mais decepcionantes de uma temporada já desanimadora, pelo simples fato de que mais uma vez o Flamengo não mostrou a menor vontade de vencer.

Claro, existem as limitações técnicas óbvias do Flamengo. Mais uma vez atuamos sem laterais profissionais, mais uma vez Diego, apesar de combativo e disposto, parecia ter sido picado por uma enceradeira radioativa e mais uma vez entramos em campo com William Arão, o único homem que consegue estar 24 horas por dia no mesmo estado de consciência que você fica quando tira aquele cochilo no meio da tarde de sábado e acorda sem saber onde está, que horas são e achando que está atrasado pra uma aula de álgebra da oitava série.

Mas ainda assim nada justifica que, diante de 6 pontos disputados contra o Santa Fe, uma equipe que está longe de ser das melhores do continente e cujos jogadores demonstraram dentro de campo enorme incapacidade para realizar atividades simples como dominar uma bola, dar um passe de lado, cortar um cruzamento, o Flamengo tenha conseguido obter apenas 2 pontos, ainda mais com as duas partidas acontecendo da maneira que aconteceram.

Se dentro do Maracanã mais uma vez cedemos o empate e não mostramos capacidade de reação, na Colômbia o Flamengo atuou como se não tivesse nem mesmo a intenção de vencer, chegando ao extremo de fazer cera desde o começo da partida e atuar não como se estivesse em um grupo complicado e precisando obter pontos diante de um adversário fraco, mas sim como se estivesse matematicamente classificado e a partida de ontem fosse uma mera burocracia, um simples carimbo no passaporte rumo à segunda fase, uma simples conferida na nossa pulseirinha vip rumo ao camarote do mata-mata.

Dependemos agora apenas de nós mesmos? Em tese sim. Uma vitória contra o Emelec em casa e um empate contra o River fora bastam para classificar o Flamengo. Mas é possível confiar de verdade numa equipe que demonstra níveis tão grandes de omissão, descaso e falta de motivação que só falta entrar em campo segurando uma faixa que diz “preferíamos ter ido ver o filme do Pelé”? Provavelmente não.

Perdemos nas duas partidas contra o Santa Fe, por pura falta de vontade e coragem, quatro pontos que poderiam ter já nos garantido na segunda fase e que com certeza vão fazer falta quando, daqui a algumas semanas, estivermos precisando fazer as contas para saber se esse time chega ou não até o mata-mata. Como eu disse, o Flamengo depende apenas de si mesmo? Claro. Mas eu duvido que você se sentiria seguro se dependesse do Flamengo de hoje pra qualquer coisa.

Reprodução: ESPN

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/04/joao-luis-jr-flamengo-um-time-que-desistiu-de-jogar-futebol/

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