João Luis Jr.: “Nem Jesus gostava tanto de ressuscitar um morto quanto esse Flamengo”

Existem poucas certezas sobre o Flamengo 2018. Você nunca sabe qual zagueiro de mais idade vai se machucar dessa vez, você nunca sabe quantas passadas de pé a mais do que o necessário o Diego vai dar por cima da bola antes do passe, você não sabe se Renê vai te fazer sentir saudade do Trauco ou se Trauco vai te fazer sentir saudade do Renê. Mas uma coisa que podemos afirmar, até com bastante convicção, é que atualmente com o Flamengo não existem jogos fáceis, existem apenas jogos que o Flamengo ainda não achou alguma maneira de complicar.

E não foi diferente nesse sábado. Diante do Vasco, um rival não apenas tecnicamente inferior como também atravessando uma fase terrível, vítima de goleadas diante de Cruzeiro e Bahia, além de uma derrota para o Vitória dentro de casa, o Flamengo mais uma vez conseguiu realizar uma de suas especialidades recentes, que é sair na frente, sofrer um empate em alguma falha bizarra e depois se mostrar superior, mas, mesmo assim, não conseguir decidir a partida.

O fato de ser um clássico é um atenuante? Claro, não podemos negar que clássicos sempre tendem a equilibrar mesmo as equipes com as maiores disparidades, mas ainda assim é impressionante a capacidade que o Flamengo vem mostrando de, diante de equipes mais fracas, acabar não impondo seu jogo, mas sim regredindo ao patamar do adversário, uma condição tão comum e bizarra que nos permite acreditar que, marcasse o Flamengo um amistoso contra uma equipe de sacis ao menos 90% do time atuaria pulando em um pé só.

Os defeitos foram mais ou menos os mesmos já apresentados em vários momentos contra o Emelec. Desde a condição genética de Henrique Dourado, o único homem cujo corpo é composto apenas por quinas, passando pelo mau momento de Paquetá, novamente atuando bem abaixo da média, e prosseguindo para o óbvio buraco que existe entre a defesa e o meio de campo rubro-negro, o time segue tendo dificuldades tanto na armação de jogadas quanto na reposição defensiva, dependendo muito do talento individual para superar a defesa adversária ou da disposição individual para cobrir os espaços na zaga.

Somando a isso mais uma arbitragem tão aleatória que você chega a desconfiar que o juiz está distribuindo cartões baseado não nas jogadas, mas sim nos signos dos jogadores – “escorpião? ah, mas escorpião comigo já entra amarelado, me fala agora seu ascendente pra eu ver se é vermelho” – e você tem mais uma partida em que dois pontos que manteriam o Flamengo na liderança do campeonato e que poderiam ser importantes em uma possível disputa pelo título apenas escorreram pelo ralo.

Sendo o próximo compromisso agora no meio de semana, no duelo contra o River Plate fora de casa valendo a liderança do grupo 4 da Libertadores, resta torcer para que os jogadores em baixa retomem seu melhor futebol e para que Barbieri perceba os vários pontos de melhoria que esse time ainda possui. Afinal, a boa ação do mês já está feita, agora é hora do Flamengo tentar voltar a ser mau com seus adversários.

Reprodução: João Luis Jr. | Blog Isso Aqui é Flamengo

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/05/joao-luis-jr-nem-jesus-gostava-tanto-de-ressuscitar-um-morto-quanto-esse-flamengo/

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