Justiça chama Flamengo, Botafogo e Arão para audiência de conciliação

Com o fim da Olimpíada, os tribunais de Justiça cariocas reabriram nesta semana, e o caso Willian Arão ganhou mais um capítulo. Após o Botafogo recorrer em segunda instância no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, em junho, o desembargador Bruno Louzada agendou uma audiência de conciliação para o dia 5 de setembro, às 11h (de Brasília), em seu gabinete no TRT-RJ. A novidade é que, após analisar o processo, ele intimou não só o jogador e seu ex-clube, como também convocou o Flamengo, que originalmente não faz parte do processo. Caso não haja acordo, o juiz irá marcar uma data para julgamento. Independentemente do resultado, ainda caberá recurso em última instância no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

Após duas derrotas na Justiça, o Botafogo está mais otimista desta vez. Em General Severiano, o fato de advogados do Flamengo terem sido intimados a comparecer é visto como um sinal de que o desembargador dará razão à ação alvinegra e vai propor ao rival pagar uma quantia para encerrar o caso. Na Gávea, o departamento jurídico ainda não recebeu a intimação, mas já tomou ciência do assunto e está analisando o fato para saber se vai querer ou não tomar partido a favor de seu jogador, que é um dos destaques do time na temporada.

Arão já obteve duas vitórias na Justiça até o momento: em dezembro do ano passado, recebeu tutela antecipada que o permitiu se desligar do Alvinegro até o julgamento e deixou o caminho livre para se transferir para o Rubro-Negro. E em março, viu a juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro considerar nula a cláusula de renovação automática que havia em seu contrato em General Severiano.

Em novembro do ano passado, o Botafogo chegou a fazer duas vezes o depósito de R$ 400 mil para acionar o dispositivo de renovação automática, mas ambos foram devolvidos por Arão, que já desejava se transferir para o Flamengo. A Justiça tornou sem efeito a cláusula por entender que o contrato fere a nova resolução da Fifa que proíbe investidores de ter direitos econômicos de atletas. Na visão da juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o próprio volante foi considerado seu “investidor” e dono de parte do montante econômico na renovação. O Botafogo discorda da interpretação e por isso leva o caso adiante, mas o departamento jurídico acredita que o processo pode durar meses ou anos para uma definição devido ao ineditismo da matéria.

O “caso Arão” azedou o clima entre os clubes, pois a diretoria do Botafogo acusou o Flamengo de ter assediado o jogador. Por isso, o Alvinegro se recusa a conversar sobre outros assuntos com o rival enquanto não receber uma indenização que julga ter direito. Tanto que, quando membros da direção cogitaram alugar a Arena Botafogo, na Ilha do Governador, para outros times, o presidente Carlos Eduardo Pereira avisou que não há negócio com o Rubro-Negro.

Nos últimos meses, também chegou a ser especulado por alguns veículos de imprensa que o clube da Gávea estava abrindo diálogo com o Alvinegro para administrar o Engenhão, rebatizado de Nilton Santos. Porém, rapidamente o Botafogo usou as redes sociais para negar a informação e postar foto do estádio com a legenda: “A casa é do BOTAFOGO e ponto final!”

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2016/08/justica-chama-flamengo-botafogo-e-arao-para-audiencia-de-conciliacao.html

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