O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, mostrou força e comando raros em três anos de gestão. A decisão de cancelar a coletiva marcada pelo vice de futebol Marcos Braz teve repercussão positiva no clube, apesar de inicialmente o atraso para a decisão ser divulgada gerar críticas.

O mandatário, que estava no Paraguai, entrou em contato direto com a assessoria do futebol para dar a ordem, por entender que colocar o clube como alvo de questionamentos após a lesão que levou Pedro a passar por cirurgia não era uma discussão para a véspera de um jogo importante na Copa do Brasil.

O detalhe é que o cancelamento se deu de forma improvisada pois Landim não sabia da coletiva. E no Flamengo, atualmente, esse tipo de evento é marcado pelos vice-presidentes, com certa autonomia. Nem o vice de comunicação Gustavo Oliveira sabia da entrevista. E não se meteu ate Landim cancelá-la.

Quando veio a ordem do presidente para os assessores, Oliveira, que também era contra, se mostrou neutro. Outros vice-presidentes que queriam explicações do futebol entenderam a preocupação de Landim e foram a favor do cancelamento, que aconteceria mesmo que todos fossem contrários.

Marcos Braz, que no futebol atua com certa liberdade, foi cerceado, e não gostou. Tentou ponderar com Landim, mas de nada adiantou. Precisou se submeter à hierarquia. A marcação das coletivas no futebol normalmente só passa pela assessoria direta e pela diretoria da pasta, chefiada por Bernardo Monteiro.

Quando a ordem chegou, os assessores repassaram a Marcos Braz, e houve troca de argumentos entre os vice-presidentes e Landim. Após longa discussão, a ordem de Landim foi cumprida. E duas horas depois a coletiva foi cancelada.