Após golear no ótimo gramado do estádio do Corinthians, o Flamengo reencontra nesta quarta-feira a própria realidade no Maracanã. Jogar em casa, curiosamente, traz de volta a preocupação com um campo de jogo que, na rodada anterior pela Libertadores, recebeu a culpa pela lesão no tornozelo de Gabigol.

Contra o Junior Barranquilla, às 21h30, o Flamengo chega classificado às oitavas e precisa de um empate para assegurar o primeiro lugar do Grupo A. O cenário permite que o técnico Domènec Torrent poupe jogadores. O time colombiano precisa de uma combinação de resultados para tirar a vantagem de três pontos e seis gols de saldo em relação ao Independiente Del Valle.

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Sem buracos, o Fla construiu uma vitória incontestável na Neo Química Arena. A cena de um membro da comissão técnica se agachando para sentir a textura do gramado expõe o que o clube vislumbra para o Maracanã, mas não vê condições de aplicação agora.

A estimativa da diretoria é que uma mudança para os moldes do estádio corintiano envolveria R$ 5 milhões. Isso abrange instalação de refrigeração para o terreno, demandando cerca de dois meses de serviço. O calendário atual já é um obstáculo. E o Fla não vê sentido em desembolsar a verba sem ter a garantia de administração do estádio a longo prazo.

A grama da Arena Neo Química é híbrida (4% artificial) e importada. Hoje, a Greenleaf, responsável pelo campo do Maracanã, traz os rolos de uma fazenda em Saquarema-RJ. A última troca foi em setembro. A estreia do piso novo foi justamente no jogo que teve a lesão de Gabigol. Nos jogos seguintes, trocas de passe expuseram o gramado irregular.

— O gramado é diferente de todo o resto do Brasil. É o único com grama de inverno. É um semente diferente, de origem inglesa. Trago dos EUA e se chama high grass. Tem um ar-condicionado embaixo do campo, e a temperatura não pode passar de 20°. Tem uma quantidade de água exata, em dias de calor dobra o cuidado — explica Breno Felício, gestor da Neo Química Arena.

Como prestadora de serviço, a Greenleaf está subordinada ao Flamengo. Um dos argumentos para a má qualidade do gramado é o alto número de jogos, já que o Fluminense também manda suas partidas lá. O recado dado aos clubes é que haverá melhora nas condições do campo nos próximos dias. Quem sabe nas oitavas de final da Libertadores.