Liga das Américas: LNB lamenta Mogi, Fla e Bauru fora por suspensão da CBB

Depois de o Flamengo ir a público nesta quinta-feira através de seu vice-presidente de Esportes Olímpicos, Alexandre Póvoa, para anunciar que irá recorrer judicialmente e buscar ressarcimentos para todos os prejuízos causados pela exclusão da disputa da Liga das Américas por conta da suspensão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) pela Federação Internacional de Basquete (Fiba), foi a vez da Liga Nacional de Basquete (LNB), que organiza o Novo Basquete Brasil (NBB), Liga de Desenvolvimento (LDB) e Liga Ouro, se posicionar. Além do Rubro-Negro, Mogi das Cruzes e Bauru também estão fora do torneio pelo mesmo motivo, e a entidade responsável pelo principal campeonato da modalidade no país emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira lamentando essas ausências.

A entidade ressaltou que, ao longo dos últimos anos, ela e os clubes contribuíram muito para o desenvolvimento da Fiba, ajudando a consolidar a importância da Liga das Américas no continente e dando peso a torneios como a Liga Sul-Americana, por exemplo. A LNB lembrou ainda que organizou a Copa Intercontinental, espécie de Mundial de clubes da modalidade.

Confira a nota na íntegra:

“A Liga Nacional de Basquete (LNB), através de sua Presidência, Conselho de Administração e todos Clubes Associados vem por meio desta lamentar profundamente que as equipes brasileiras, Clube de Regatas do Flamengo, Gocil/Bauru Basket e Helbor/Mogi das Cruzes, tenham sido atingidas, em virtude de punição imposta pela FIBA à Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e, consequentemente, impedidas de participarem da Liga Das Américas 2017.

A LNB e os Clubes Associados têm sido, ao longo dos últimos anos, um importante parceiro da FIBA. Ajudamos a consolidar a Liga das Américas no continente, demos o devido peso e valor à Liga Sul-Americana, organizamos mais de duas dezenas de eventos em conjunto com a FIBA e realizamos três finais da Copa Intercontinental, resgatando este importante confronto entre o campeão das Américas e o campeão europeu. Durante esses oito anos, tivemos nossa equipe de trabalho (LNB/Clubes e FIBA) atuando em total sinergia para atender aos objetivos da FIBA em nosso país. Da mesma forma, sempre que instada, a FIBA prestou o suporte necessário à LNB. A Liga foi muito mais que uma simples entidade pertencente ao “Mundo FIBA”, fomos parceiros no sentido mais amplo e parte importante para que a FIBA tivesse o sucesso que tem hoje no continente.

Nossas equipes, na recente história da Liga das Américas, acreditaram e valorizaram as competições internacionais da FIBA. O investimento feito pelos brasileiros, em uma clara demonstração de respeito à esta entidade, fez com que o resultado esportivo fosse traduzido, nos últimos quatro anos, em quatro títulos sul-americanos consecutivos, três títulos da Liga das Américas e um vice-campeonato dessa mesma competição. Na última edição, apesar de não termos vencido, as equipes brasileiras ocuparam, respectivamente, o segundo, terceiro e quarto lugares. Tivemos ainda o Flamengo como campeão da Copa Intercontinental ao vencer o Maccabi Tel Aviv (Israel), em 2014, então campeão europeu.

Diante deste histórico, tornam-se inexplicáveis as ações e a falta de manifestação da Federação Internacional. A Liga das Américas 2017, edição da qual os Clubes citados estão alijados de participarem, inicia-se nesta sexta-feira (20 de janeiro) e a punição imposta à CBB, e que por extensão atinge nossas equipes, tem término dia 28 de janeiro. Oito dias apenas para se imputar a pior punição já sofrida pelo basquetebol brasileiro. Inexplicável ainda a pressa da FIBA Américas em anunciar os substitutos às nossas equipes, em um tempo recorde comparado às edições anteriores. Inexplicável a extensão desta punição à LNB uma vez que o alvo da FIBA sempre foi a CBB, por motivos que são de domínio público e de responsabilidade exclusiva da Confederação. Inexplicável uma punição a um país que tem a performance que teve nas últimas edições das competições internacionais de Clubes conforme demonstramos acima.

Ao alegar a preocupação com o desenvolvimento da modalidade no Brasil, a FIBA, com este ato, está trazendo grandes prejuízos ao basquetebol brasileiro. Nossas equipes fizeram grandes investimentos com vistas a participarem da Liga das Américas envolvendo patrocinadores, atletas e, principalmente, seus torcedores. A exclusão dessas equipes, uma vez garantida a classificação no exclusivo mérito esportivo, está gerando grande frustração e danos a todos os envolvidos.

A LNB e os Clubes impactados por esta injustiça, receberam inúmeras manifestações de apoio nos últimos dias, que incluem torcedores, imprensa, atletas e ex-atletas, técnicos, Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Somado a essas manifestações, a LNB tem mantido contato permanente com a FIBA para tratar deste assunto. Infelizmente, nenhum argumento ou o histórico entre nossas entidades foram suficientes para que a punição fosse revertida.

A Liga Nacional de Basquete ratifica que reconhece e respeita a hierarquia do sistema do desporto brasileiro, e isto tem sido uma marca da nossa história e da relação com as entidades de Administração do Basquetebol no Brasil. Todas as ações da LNB sempre foram com o único propósito de elevar o basquete brasileiro em conjunto com aqueles que apreciam a modalidade. Os resultados, frutos de competência, são aparentes, inquestionáveis e amplamente reconhecidos.

João Fernando Rossi
Presidente da LNB”

Fonte: http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2017/01/liga-das-americas-lnb-lamenta-mogi-fla-e-bauru-fora-por-suspensao-da-cbb.html

Share this content: