Caros Rubro Negros,
Perdemos. Perdemos nossa primeira partida em meses. Eram 19 jogos de invencibilidade, contando jogos do Ferjão 2017, do Brasileirão 2017 e 1 jogo da atual Libertadores. E sei que perder não é muito fácil, afinal sou torcedor como qualquer um de vocês. Ainda mais quando ficamos “mal acostumados”. Mas acredito que, racionamente, ponderação é a palavra chave.
Impressiona ver a rápida caminhada que parte da nossa bipolar torcida faz: Saímos do céu ao inferno em uma derrota. Fora de casa, na competição mais importante e díficil do continente. E ai amigos, sai de baixo: De forma até oportuna, voltam aquelas estórias estranhas dos cornetas sobre o “Zé covarde”, o “Zé Ruela”, o “estagiário”, etc. E é com isso que eu não consigo concordar. E não me venham falar nesse momento de tamanho, condições etc. Perdemos uma partida na Libertadores, fora de casa, no grupo que foi chamado de ” grupo da morte” por quase todos os analistas. Me parece absurdo agora vir falar que o adversário não tinha qualidade. E no mais a Libertadores é assim mesmo: Tem que fazer o dever de casa e colher o que se puder fora. Não vivemos uma tragédia ontem. E não há motivo para desespero.
Vejam vocês como essa ciranda de emoções funciona: Em diversas ocasiões vi críticas ao Zé dizendo que o time precisa ter variações na forma de jogar, que não podia jogar apenas com o 4231, que o time estava ficando com a forma de jogar manjada, etc. Pois bem. Quando o time mostra algo de fato diferente, mas que não é o que a “Fla-sofá” aprova e considera correto, as críticas jorram como um gêiser irado, descontrolado e imprevisível. Vale citar que pessoalmente não sou o maior fã de uma formação com 3 volantes. Mas entendo que é algo que pode sim ser usado em algumas partidas.
Outra interessante: Muitas críticas ainda sobre a forma de jogar eram feitas dizendo que era necessário se adaptar ao adversário e as necessidades da partida. Pois bem. O Flamengo fez uma partida segura, passou pouquíssimos apuros e teve as melhores chances, exceto por uma falha individual do Vaz e justamente pelo lance do gol. A parte tática funcionou. Trouxe segurança e deu ao time as melhores chances. E ai é incrivel que isso seja atribuído a falta de qualidade do adversário, que por sinal vinha de um bom empate fora de casa contra o melhor mandante do Campeonato Brasileiro 2017, para refrescar a memória de alguns. No mais, se o Flamengo tivesse jogado mais aberto e tivesse feito um primeiro tempo como o do jogo contra o Fluminense o mundo teria desabado sobre a cabeça do técnico. E ao optar por um time sólido, que pouco apuro passou, adaptado a circunstância do jogo e da competição e que não se furtou de propor o jogo o que acontece?A alcunha de covarde cai injustamente sobre a cabeça do técnico. Ah o futebol…
Agora, acho que vale sim uma crítica importante: O time tomou o gol e pareceu se desesperar. Perdeu a organização. Tudo bem que o Berrio foi expulso (de forma injusta, mas que deve ser tomada como lição, pois na libertadores não se pode dar motivo pro juiz nos prejudicar…por que se ele tiver motivo…assim o fará) e que o time foi se desfigurando com as substituições… mas isso é algo que não deve acontecer. Um time maduro deve saber jogar sob condições adversas.
Enfim, o que dizer? Perdemos. Perdemos fora de casa em uma partida que não jogamos mal. Tem o que melhorar? Tem. Sempre tem. Mas ponderação é a chave meus amigos. Nem tanto ao céu nem tanto ao mar meus amigos. Vamos chegar lá. Podem escrever.
Opine, elogie, critique…Participe!!E se você ainda não é Sócio Torcedor…faça o seu imediatamente!!!O seu maior benefício é ver um Flamengo cada vez mais forte!!!
Nota 5: Vaz. Ontem falhou novamente em um lance importante. E me pareceu um pouco nervoso no jogo. Eu sou daqueles que o considera bom zagueiro. Mas tem que abrir o olho. No banco tem “apenas” o Donatti, que além me de ter suas qualidades conhece bem a competição…
Nota 5: Rômulo. Nem exatamente pela partida de ontem, na qual ele de fato pareceu estar deslocado de alguma forma, mas esse jogador não vem tendo atuações propriamente convincentes. Por sinal o Márcio Araújo fez uma boa partida ontem, por mais que alguns possam considerar uma heresia dizer isso…
Luiz Henrique Amorim
Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/03/nem-tanto-ao-ceu-nem-tanto-ao-mar/
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