Ninho do Urubu: Zé Ricardo aprimorou o Flamengo com a chegada de Diego


Por Bruno Guedes


Quando o meia Diego chegou ao Flamengo, a grande preocupação era como encaixá-lo num time onde Alan Patrick e Mancuello se revezavam como o camisa 10. Mas com a sua entrada, Zé Ricardo fez algo diferente. Ao invés de arrumar um espaço para ele no time, fez com que tanto conjunto e atleta se completassem. O resultado foi um Rubro-Negro bem mais forte ofensivamente.
Um dos problemas do time era a saída de bola da defesa para o armador, que geralmente chegava lenta ou já com o meia marcado. A opção, por tanto, ficava sempre em abrir pelos lados e tornar as investidas previsíveis. Até Guerrero sofreu com isso, ficando isolado no ataque. Com a entrada do Diego isso mudou, até agora. A principal alteração se deve à participação do jogador, que tem bem mais liberdade para estar em diversas partes do campo e jogar solto.
Contra o Figueirense, quando fez uma excelente partida, Diego flutuava em quase todos os setores do meio-campo. O meia voltou até a cabeça da área para buscar a bola em diversas ocasiões,confundindo a marcação. Sua principal vantagem é justamente conseguir jogar numa faixa entre as duas linhas defensivas adversárias, mas também recuar e começar o jogo. E sem perder o padrão tático. Com isso, laterais e William Arão ganham força também, ajudando na construção de jogadas com mais gente no ataque.
Arão, aliás, tem jogado mais recuado justamente para dar essa liberdade para o camisa 10. Sem a bola o time volta ao tradicional 4-1-4-1.. Recuperada a posse, o time se modifica, quase sempre, para um 3-4-3. Porém as ações passam pelo Diego a todo momento, centralizando as jogadas. Quando aproxima da área, William vira um elemento surpresa e entra com os atacantes, deixando até seis jogadores no setor. Os laterais cobrem os corredores e ocupam os espaços.
Sempre perseguido pela torcida – agora injustamente – Márcio Araújo é o balanço defensivo para isso funcionar. O atleta está sempre mais recuado pelo centro, com os zagueiros abertos discretamente pelos lados, fechando as sobras. Quando não há uma ação aguda de ataque, Arão é quem está ao lado do Márcio e cobrindo Pará. Araújo fazendo o mesmo com Jorge. Ambos os volantes se revezam pelo centro nesse caso. Diego, como sempre, livre pelo setor e opção de saída.
Zé Ricardo vai criando novas soluções com as peças que chegaram. O encaixe ainda tem alguns ajustes a serem feitos, mas hoje o Flamengo tem um time bem mais encorpado e responsável taticamente do que qualquer outro nos últimos anos.

Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.

Fonte: https://esportes.yahoo.com/noticias/ninho-urubu-z%C3%A9-ricardo-aprimorou-133332542.html

Share this content: