O Flamengo ainda não sabe gerir a torcida que tem

O crescimento vertiginoso dos planos de sócio-torcedor e a recente alta demanda por ingressos, especialmente para os jogos da Libertadores, voltaram a expor um grave problema na gerência dos serviços prestados aos rubro-negros. Falta informação e falta qualidade, mas, acima de tudo, falta respeito para com a Nação.

Esta questão envolve sócios e não sócios, os dois públicos hoje atendidos. Pela variedade e especificidade de alguns quesitos, listo-os abaixo em tópicos, para melhor leitura.

Cartão Ingresso

Para os sócios, esta é a primeira dificuldade. O cartão simplesmente não aparece. De maneira geral, o tempo de espera pode chegar a meses, para os menos fortuitos – mesmo com a possibilidade de ativar o plano semestral. Que tal ter um plano de seis meses e receber o cartão no terceiro? Péssimo. Mas não paramos por aí, pois muitos dos felizardos tiveram problemas com a primeira utilização de seu cartão, o que foi posto em cheque na partida contra o San Lorenzo. Demoramos para receber e, quando recebemos, temos dificuldade em utilizá-lo. Primeiro ponto a se melhorar.

Filas

Para sócios ainda sem cartão e não sócios, as extensas filas em determinados pontos de troca foram outro empecilho. Na loja do Centro da cidade, uma das mais visitadas, a espera chegou a horas para a primeira partida da fase de grupos. Já no segundo duelo, contra o Atlético Paranaense, o problema foi amenizado com a abertura de outros pontos. Mas ainda há muito que se melhorar. Não foram disponibilizados pontos de troca em Niterói, por exemplo, o que poderia diminuir a espera em outras localidades.

Compra online

O frenesi da Libertadores transformou ainda a busca por ingressos. Hoje, quase a totalidade é comercializada pelo site parceiro, com especial atenção para os momentos de pique, notadamente marcados pela abertura das vendas ao plano “Raça” e ao público geral. O servidor, porém, é fraco. Não são poucas as reclamações de quem aguarda na fila virtual até ser redirecionado para algum link vazio, perdendo todo o seu tempo e prioridade de espera.

Produtos licenciados

Pouco antes da primeira partida da Copa Libertadores foram anunciados modelos de copos colecionáveis a serem vendidos durante os jogos, por um preço acessível. Eles traziam caricaturas de Diego e Zico, e logo a Nação se empolgou. Mas foi só isso, tudo acabou na empolgação. Para um público de aproximadamente 60 mil torcedores, foram disponibilizados apenas 5 mil exemplares que, obviamente, se esgotaram muito antes mesmo do início da partida.

Ainda perduram outras questões sobre nossos planos e seus serviços, das quais não abordarei por não ter maior conhecimento. Como está, por exemplo, o plano off-Rio? Os torcedores realmente se sentem de alguma maneira recompensados pelo clube, ou ao menos recebem o que lhes é prometido?

Nosso público não é nem de perto o típico consumidor que se associa a algum clube para auferir vantagens. Estamos aqui porque somos apaixonados, gastamos nosso dinheiro por querermos o melhor para o Flamengo, e sabemos que muitos o fazem mesmo sem ter condição financeira confortável. Mas, da parte do clube, não pode ser somente isso. Nós oferecemos toda a passionalidade que se espera, mas o clube deve dar as contrapartidas e fidelizar os torcedores. É uma questão de marketing, é um investimento e é um sinal de respeito por quem sempre alimentou o Flamengo.

SRN!

Rodrigo Coli

Twitter: @_rodrigocoli

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/04/o-flamengo-ainda-nao-sabe-gerir-torcida-que-tem/

Share this content: