O Flamengo acertou nesta segunda-feira um acordo de exclusividade para utilização do Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. O contrato tem duração de três anos e passa a valer a partir de janeiro. Mas mandar jogos no campo da Portuguesa não é novidade para o Rubro-Negro. Em 2005, com o Maracanã indisponível por conta de reformas, já foi assim.
O Rubro-Negro foi mandante na Ilha em 16 jogos e enfrentou o Botafogo, com quem dividia o aluguel do estádio na temporada em questão, como visitante. Num ano de intensa luta contra a degola, sofreu duras derrotas, mas conquistou três vitórias especiais.
O público presente aos jogos na Ilha também viu idolatrias por Renato Abreu, Obina e Léo Moura ganharem corpo. Até mesmo uma efêmera empatia com o então desconhecido e posteriomente decisivo “El Tigre” Ramírez nasceu.
Retrospecto ruim
Como já fora registrado, o Flamengo fez um Brasileiro terrível em 2005. Seu desempenho em casa não foi diferente. Na Ilha em 17 jogos, venceu apenas sete, perdeu cinco e empatou outros cinco. O saldo de gols também foi sofrível: 1 (28 marcados e 27 sofridos).
Renato Abreu foi o artilheiro do time no estádio, com cinco gols. Obina, com quatro, e Léo Moura e El Tigre Ramírez, ambos com três, vêm logo em seguida. (confira todos os jogos abaixo)
O GloboEsporte.com separou cinco jogos especiais no Luso-Brasileiro. Veja abaixo:
Nome de Zico “decide” no desespero
Afundado numa enorme crise e candidatíssimo à Série B, o Flamengo vivia jejum de quatro jogos sem vencer. Na série, derrotas para Atlético-MG, São Paulo e Vasco em casa. Em 31 de outubro de 2005, o Coritiba, também inserido na briga contra a degola, era pedreira. Mas Zico “jogou”.
O Coxa abriu o placar com Ricardinho e poderia ter ampliado o placar. Renato Abreu, num pênalti inexistente, empatou. No fim, falta na entrada da área, e os desesperados rubro-negros começaram os gritos de “Zico, Zico, Zico”. Léo Moura bateu mal, a bola explodiu na barreira, desviou em Fellype Gabriel e em dois zagueiros rivais antes de entrar.
Um gol sem a plasticidade e assinatura do Galinho, mas uma verdadeira prova de fé dos rubro-negros em seu maior ídolo e mais decisivo jogador de sua história. (veja o vídeo abaixo).
Quem é Tévez?
Das muitas derrotas na Ilha, uma delas chamou atenção. Na semana que antecedeu o jogo com o Corinthians, que seria campeão, o presidente rubro-negro Márcio Braga lançou a pérola: “Quem é Tévez?”. O argentino decidiu com dois gols na vitória por 3 a 1 (veja vídeo abaixo).
Vitória no único clássico
Na partida em que não atuou como mandante no Luso-Brasileiro naquela competição, o Flamengo venceu também o único clássico disputado no estádio: 2 a 0, com gols de Léo Moura e Jean, ambos marcados no segundo tempo (veja os gols abaixo).
Massacre na Ilha
No estádio onde sofreu vexames, como as derrotas para Brasiliense e Juventude, ambas por 4 a 3, o Flamengo levou uma enxurrada de gols do São Paulo: 6 a 1. Josafá descontou. O massacre veio antes da reação que contou com seis vitórias e três empates nos nove jogos finais.
A melhor vitória na estreia como mandante na Ilha
Embora não tenha sido o triunfo mais elástico, os 2 a 1 sobre o Santos de Robinho, que há pouco havia conquistado dois Brasileiros, foi especial. Obina e Jônatas comandaram a virada numa partida em que o goleiro Diego brilhou.
Confira os 17 jogos do Flamengo na Ilha válidos pelo Brasileiro 2005:
16/11 Flamengo 3 X 0 Fortaleza
31/10 Flamengo 2 X 1 Coritiba
16/10 Flamengo 1 X 6 São Paulo
11/10 Flamengo 1 X 2 Atlético-MG
25/09 Flamengo 1 X 3 Corinthians
17/09 Flamengo 2 X 0 São Caetano
08/09 Flamengo 1 X 1 Internacional
28/08 Flamengo 2 X 2 Figueirense
21/08 Flamengo 2 X 1 Paysandu
11/08 Flamengo 1 X 1 Paraná Clube
03/08 Flamengo 1 X 0 Ponte Preta
31/07 Botafogo 0 X 2 Flamengo
28/07 Flamengo 0 X 0 Palmeiras
21/07 Flamengo 3 X 4 Juventude
25/06 Flamengo 3 X 4 Brasiliense
18/06 Flamengo 1 X 1 Atlético-PR
15/05 Flamengo 2 X 1 Santos
Artilheiros:
Renato Abreu – 5 gols
Obina – 4
Léo Moura e Tigre Ramírez – 3
Diego Souza, Fabiano Oliveira, Fellype Gabriel, Jônatas e Júnior Baiano – 2
Jean, Josafá e Souza – 1
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