Pego para Cristo em xadrez político, Caetano dividia opiniões no Flamengo

Não é exagero dizer que o Flamengo pode se dividir em antes e depois de Rodrigo Caetano nos últimos anos. O executivo conseguiu centralizar o futebol em suas mãos desde 2015, estruturar o o profissional e a base, mas acabou tendo a cabeça colocada a prêmio em um cenário de xadrez politico pré-eleitoral que não extingue o seu fracasso em termos de resultado. Apenas um título estadual e vários vexames em Libertadores e outras competições.

A verdade é que entre a diretoria o executivo sempre gozou de prestígio justamente pela independência e aversão aos temas políticos. Mas dividia opiniões. A visão de um departamento ao mesmo tempo engessado, sob suas regras apenas, era real em vários setores do clube. Inclusive dentro do próprio futebol, onde Rodrigo Caetano liderava com pulso firme seus funcionários. A presença de dirigentes amadores era dificilmente digerida. Foram proibidos assessores, enfim, qualquer um de fora do ambiente de trabalho.

Talvez por isso, com os jogadores, a relação também boa de uma forma geral, mas não foram raros os momentos de descontentamento de atletas. Casos como as discussões com Rafael Vaz e a relançar conturbada com Felipe Vizeu, do ano passado para cá, explicam a personalidade forte do executivo, que no mercado sempre foi elogiado por todos no clube antes das contratações não funcionarem na prática. Foram 42 no total, em três anos.

Em busca do décimo terceiro treinador

Dorival Junior, Jorginho, Mano Menezes, Jayme, Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo, Cristovao, Oswaldo de Oliveira, Muricy Ramalho, Ze Ricardo, Rueda e Carpegiani. Esses são os doze técnicos do Flamengo na gestão Bandeira de Mello, que vai atrás do seu décimo terceiro nome antes de completar seu segundo mandato no clube. Cuca surge como favorito.

Carpegiani veio esse ano com um projeto de ser coordenador, mas acabou rebaixado para técnico com a saída de Rueda. Nem teve tempo de voltar ao plano inicial, como disse assim que chegou.

O planejamento para a temporada, passado de um nome para outro, agora terá um novo comando no campo, com Libertadores em curso e oito meses para tentar evitar mais uma temporada de fracasso no futebol. O abalo, no entanto, já foi sentido. Recomeçar a essa altura será uma tarefa complicada, sobretudo com o clima eleitoral que se avizinha.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/pego-para-cristo-em-xadrez-politico-caetano-dividia-opinioes-no-flamengo-22540949

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