Presidente do Botafogo dobra o bicho para o jogo contra o Flamengo

Há duas semanas, quando o botafoguense Marcelo Crivella, que viria a ser eleito prefeito do Rio, reuniu-se com o presidente dos quatro grandes clubes da cidade, Eduardo Bandeira de Mello entregou a ele uma camisa do Flamengo. Presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira fez o mesmo, mas revelou não entender o presente do adversário.

— Eu não faria o que o Flamengo fez. Imagina qual vai ser o destino disso… — disse o presidente do alvinegro ao GLOBO na ocasião.

Era apenas mais um capítulo do acirramento da rivalidade entre Botafogo e Flamengo, os dois melhores cariocas no Brasileiro, e que se enfrentam sábado, no Maracanã.

O presidente do Botafogo considera importante valorizar a rivalidade entre os clubes e encerrar a polarização entre o rubro-negro e o Vasco.

— É uma rivalidade histórica e que existe. É saudável, temos que fazer um resgate dentro dos critérios desportivos, mas não politizá-la — afirmou ontem, ao se lembrar de seus clássicos marcantes. — O 4 a 1 pela Taça Guanabara de 68, quando o time teve que voltar às pressas de uma excursão depois de o Flamengo perder para o Bonsucesso, e o 6 a 0 de 15 de setembro de 1972, que teve requintes de crueldade, porque foi no dia do aniversários do Flamengo. Eu estava na arquibancada nos dois.

Desde que a atual diretoria do Botafogo assumiu o clube, no ano passado, o alvinegro ainda não perdeu para o rival. Foram três jogos: uma vitória e duas derrotas. A rixa foi mais forte fora dos gramados, quando, contrariado pela não renovação de Willian Arão para a atual temporada, o Botafogo foi para a Justiça do Trabalho contra o atual volante rubro-negro. Em represália, fechou as portas do Engenhão para o adversário, quando este precisava de uma casa. Perguntado se existe a chance de o Flamengo atuar no estádio, Pereira é taxativo.

— Nenhuma. Só vamos ter uma solução quando o judiciário se pronunciar — disse, afirmando, no entanto, que os clubes não têm problema em “sentar na mesma mesa”.

O mais novo capítulo do clássico é a premiação — popularmente conhecido como “bicho” — dobrada que o alvinegro pagará a seus jogadores em caso de vitória sobre o rubro-negro.

Por outro lado, numa prova de que a aproximação é possível, os dois clubes farão homenagem à Polícia Militar do Rio antes do jogo, ainda em referência à briga com torcedores do Corinthians, na reabertura do Maracanã.

— É importante essa rivalidade, mas sem violência. O principal objetivo é que, entre os torcedores, isso (rivalidade) seja saudável. Por isso, vamos homenagear os PMs no esforço que fizeram em defesa da paz nos estádios — completou.

GUERRERO CONFIANTE

Pelo lado do Flamengo, que ainda sonha com o título mesmo a cinco pontos do Palmeiras, o peruano Guerrero demonstrou confiança. Aposta na vitória amanhã sobre o Botafogo no Maracanã— e quer muito mais.

— Poderia estar melhor, poderíamos ter resultados melhores, mas ainda faltam cinco jogos e nada está confirmado. Acho que estamos brigando pelo título. Se ganharmos os cinco jogos, acho que temos uma grande chance de sermos campeões.

Fonte: http://oglobo.globo.com/esportes/presidente-do-botafogo-dobra-bicho-para-jogo-contra-flamengo-20408565

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