Raio X da defesa Rubro-Negra: o que mudou de Jorge Jesus para cá

Por: Giuliano Cosenza

A defesa do Flamengo é o grande alvo das críticas da torcida durante toda a temporada 2020/21. No Campeonato Brasileiro de 2019, quando o Rubro-Negro se sagrou campeão, a forma como a equipe de Jorge Jesus se defendia era motivo de elogio pela imprensa e torcedores. Na última edição foram 37 gols sofridos nas 38 rodadas. Já nesta, em apenas 28 jogos já foram 39. Resolvemos comparar os números entre os dois times para saber o que mudou.

% DE APROVEITAMENTO DOS GOLEIROS
Em 2019, o índice de aproveitamento dos goleiros em defesas foi de 74%, enquanto em 2020/21 foi de 69% – dados do site SofaScore. Uma leve queda, mas que mostra como os goleiros do Flamengo estão sendo mais vazados.

Diego Alves, goleiro titular do Mais Querido, perdeu muitos jogos durante a temporada. Neste período, vários atletas foram testados na posição e quem mais apresentou rendimento foi Hugo Souza. Entretanto, na última rodada, contra o Ceará, o técnico Rogério Ceni optou por escalar César, que acabou falhando no segundo gol da equipe cearense, na derrota por 2 a 0.

CHANCES CLARAS DE GOL
Em termos de chances claras concedidas por jogo, o número é parecido. Em 2019 era de 1.4, enquanto em 2020/21 um número até menor, de 1.3. Entretanto, a grande diferença está na % de conversão dessas oportunidades. Sob o comando de Jorge Jesus, eram 40% as chances claras que se tornavam gol. Já sob a liderança de Domenec Torrent e Rogério Ceni são 47% que vão para o fundo da rede.

Esses dados mostram que a defesa do Flamengo é muito mais frágil atualmente. Os adversários encontram maior facilidade em marcar gols. O aproveitamento defensivo é ruim e isso explica a queda da equipe.

FINALIZAÇÕES E CHUTES PARA SOFRER GOL
Essa estatística é a que mais pesa na diferença entre 2019 e 2020/21. Não pelo números de finalizações concedidas que, segundo o site SofaScore, foi de 4.6 por jogo na temporada passada e 4.9 nesta.

O que chama atenção é a quantidade de chutes para sofrer um gol. Sob o comando de Jorge Jesus, o adversário precisava de 9.0 finalizações para guardar uma na rede do Flamengo. Agora, são apenas 6.7, o que mostra uma queda vertiginosa do aproveitamento defensivo da equipe.

POSICIONAMENTO DOS ZAGUEIROS
Que a torcida do Flamengo sente saudade de Pablo Marí não é segredo para ninguém. Mas o que o zagueiro espanhol trazia de tão diferente assim para o sistema implementado pelo Jorge Jesus?

Pablo Marí era um zagueiro fundamental na ideia de marcação alta. Ele nunca foi dos mais velozes da posição, mas tinha um senso de posicionamento e qualidade de passes diferenciadas em relação aos companheiros de equipe. Isso fazia com que ele se tornasse quase um meia por muitas vezes

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Mapa de calor de Pablo Marí em 2019. Fonte: SofaScore

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Mapa de calor de Gustavo Henrique em 20/21. Fonte: Sofascore

Nem Gustavo Henrique, nem Léo Pereira conseguiram repetir o que o espanhol fazia. Quem mais atual na temporada foi o zagueiro advindo do Santos, mas seu mapa de calor mostra como não consegue reproduzir o que fazia Marí. Ele é um atleta mais lento e precisa jogar mais recuado. Isso gera um grande buraco entre o meio campo e a zaga, o que expõe também o Filipe Luís e gera um grande problema para o sistema defensivo rubro-negro.

Fonte: https://colunadofla.com/2021/01/raio-x-da-defesa-rubro-negra-o-que-mudou-de-jorge-jesus-para-ca/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=raio-x-da-defesa-rubro-negra-o-que-mudou-de-jorge-jesus-para-ca

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