Rica Perrone: “O Maracanã tem alma”

Times tem alma, torcidas tem alma. Porque imaginam que estádios não tenham? O Maracanã foi palco de mais uma derrota dolorosa pro Brasil, e mais uma vez surgem as manchetes dos fantasmas.

Você sabia que na final de 1950 contra o Uruguai havia milhares de convidados que jamais foram a um jogo de futebol e, por isso, cometeram a indelicadeza e o absurdo de parabenizarem a seleção pelo título ANTES do jogo?

Sabia que muito do povão apaixonado por futebol ficou de fora daquela partida porque surgiram milhares de interessados na final com ingressos nas mãos e que isso, na época, gerou muito comentário?

Pois saiba.

Hoje, mais uma vez, como quase sempre acontece quando a seleção brasileira joga, turistas foram lá apoiar e ver a vitória das meninas. Eu nunca terei nada contra pessoas novas no estádio, pelo contrário. Quero que cada dia mais gente vá até um estádio de futebol se converter ao óbvio.

Mas o Maracanã é um estádio de personalidade forte. Não gosta de festas onde os donos da casa não estejam ali. Gosta dos seus, é um sujeito “de raizes”.

Quando não tem povo, ele chora. E se você não notou, nunca chora sozinho. Faz todo mundo chorar.

É do povo que ele gosta. Lhe tiraram a geral, os anéis e o acesso popular. Não podem lhe tirar a alma. O Maracanã rejeita plateias e as faz sofrer. Ele quer o povo, e lá o povo não pode mais estar.

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Fonte: Blog do Rica Perrone

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