Rueda completa 50 dias no comando do Flamengo entre altos e baixos

Na noite em que atingiu a marca de 50 dias no comando do Flamengo, o técnico Reinaldo Rueda conheceu sua segunda derrota — antes de perder para a Ponte Preta, ele havia sido batido pelo Botafogo no Brasileiro. O aproveitamento até aqui é regular (53,8%), com cinco vitórias e seis empates. Mas há altos e baixos na curta gestão do colombiano.

Mesmo com apenas 13 jogos, houve tempo para que o rubro-negro perdesse duas competições: a Primeira Liga, de menor importância, e mais recentemente a Copa do Brasil, considerada fundamental para a ambição de voltar à Libertadores em 2018. Mais do que resultados, há desafios em termos de desempenho.

Transformar o controle da bola em gols continua a ser um desafio. Desde que Zé Ricardo estava no comando, o Flamengo é um time que acumula índices altos de posse de bola, mas sofre para balançar as redes. Contra a Ponte, houve apenas um chute no alvo. Também é preciso recuperar a força de um grupo que parece abatido por tantos fracassos. Mas há bons sinais neste início de trajetória.

ACERTOS:

1. Apostar em Lucas Paquetá: o Garoto do Ninho já treinava como centro-avante na época de Zé Ricardo, mas foi o colombiano quem aproveitou a ausência de Guerrero para dar uma chance ao menino na função de “9”. Embora reflita a dificuldade do time para balanças as redes, Paquetá se destaca pela técnica e pela raça, a ponto de passar à frente de Felipe Vizeu, atacante de área de origem.

2. Extrair o melhor de Juan: o experiente zagueiro sempre exibiu uma impressionante leitura de jogo, mas questionamentos sobre sua idade (38) aliados a uma predileção de Zé Ricardo por Rafael Vaz o afastaram do time titular. Rueda, que melhorou o rendimento do sistema defensivo como um todo, permitiu que Juan não ficasse exposto e pudesse apresentar seu melhor futebol desde o retorno ao Flamengo.

3. Preferir Cuéllar a Márcio Araújo: muito além das polêmicas em torno do camisa 8 rubro-negro, há claras restrições que a sua presença em campo impõem ao time. Com limitações no passe e dificuldade para fazer a saída de bola, um dos queridinhos de Zé Ricardo — e de todos os seus antecessores — finalmente perdeu a vaga para o colombiano. Cuéllar dá outra cara à equipe.

DESLIZES:

1. Ataque improdutivo: embora siga como um time que controla a bola e, muitas vezes, o jogo, o Flamengo sofre para marcar. Com Rueda, foram 14 gols feitos em 13 partidas. Na final da Copa do Brasil, o título escapou por pouco. Contra a Ponte, a equipe mista finalizou apenas uma vez na direção certa.

2. Não usar Vinicius Júnior na final: um empate parecia estar dentro dos planos do Cruzeiro, mas ao rubro-negro não interessava testar Muralha na final da Copa do Brasil. Precisando vencer, Rueda morreu com uma substituição na mão, e atuações em outras partidas mostram que Vinicius Jr. era uma peça que merecia ao menos ter sido testada.

3. Deixar o Brasileiro de lado: Rueda seguiu uma decisão do departamento de futebol do Flamengo ao priorizar outras competições em detrimento do Nacional. Mas algumas de suas escalações e substituições deixaram o torcedor confuso e indignado.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/rueda-completa-50-dias-no-comando-do-flamengo-entre-altos-baixos-21902428

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