Título do Fla na Copinha coroa trabalho vertical e profissional na base, que teve orçamento dobrado

O tetracampeonato da Copa SP conquistado pelo Flamengo ontem, sobre o São Paulo — vitória de 1 a 0, gol de Wendel —, joga luz sobre o gradual e vertical processo de profissionalização do trabalho de base do clube, que conquistou o torneio duas vezes nos últimos três anos. Além de 2018 e 2016, o título mais recente havia sido em 2011, 21 anos depois do primeiro, em 1990. Mais do que os troféus, a produção de atletas de bom nível aumentou, a ponto de a diretoria já ter em mente a renovação de diversas promessas para uso no elenco profissional. Dos 25 inscritos na Copinha, 10 já foram observados.

Nunca essa integração foi tão criteriosa e obedeceu a critérios técnicos, físicos e emocionais como atualmente. A título de comparação, dos campeões de 2011, apenas o goleiro César está no Flamengo. Os demais, espalhados em clubes de menor expressão. Na ocasião, após a conquista, algumas peças foram lançadas de uma vez e sem preparo ideal em um elenco de estrelas como Ronaldinho Gaúcho. À época, a base era inchada e sem um trabalho integrado, com a coordenação do próprio futebol profissional, que hoje tomas as rédeas na figura de Paulo Cesar Carpegiani e Rodrigo Caetano.

Depois de enxugar base, investimento aumenta

Por isso, a soma de jogos dos jovens de 2011 na equipe profissional é mais que o dobro dos que formaram o elenco campeão da Copinha em 2016, 386 contra 187. O primeiro grupo virou solução rapidamente e da mesma forma não se sustentou. O investimento passou a ser em jogadores prontos, mesmo sem qualidade. Há dois anos, então, o clube já havia enxugado os elencos de base e passou a investir em estrutura e profissionais qualificados e melhor remunerados. Em 2013, quando a atual administração assumiu, alojamentos foram interditados e os treinos eram em um período por falta de alimentação. Com as finanças ajustadas, a base passou a ter orçamento próprio — R$ 20 milhões de despesas em 2018 — e estrutura. O valor mais que dobrou, já que entre 2013 e 2014 não passava de R$ 8 milhões investidos.

O processo de verticalização do trabalho foi aperfeiçoado entre 2014 e 2015. Em 2016, o Centro de Excelência em Performance ganho corpo e desceu até a base. O coordenador médico Marcio Tannure capitaneou a preparação dos jovens nos mesmos moldes do profissional. No ano passado, surgiu o projeto Pratas do Ninho, que teve como estrela Vinicius Junior, vendido ao Real Madrid. Mesmo com 17 anos, Vinicius não jogou a Copinha em 2018, mas viu seus companheiros da geração nascida em 2000 brilharem.

Esta geração é vista como a mais promissora dos últimos tempos, mas as de 1998 e 1999 também formaram o time campeão sub-20 e diversos jogadores estão a caminho do profissional, como Lucas Silva e Pepê. O processo gradual segue sob a direção de Carlos Noval e Leo Inacio na categoria. No fim do ano, a base ocupa o módulo do CT usado hoje pelo futebol profissional, que usará o novo Ninho do Urubu.

#abasevemforte: Veja a que geração pertencem os 25 atletas da Copinha

Geração 1998#03 Dantas (zagueiro)Nascimento: 05/09/98#13 Bernardo (zagueiro)Nascimento: 27/04/98#05 Hugo Moura (meia)Nascimento: 03/01/98#10 Pepê (meia)Nascimento: 06/01/98#15 Theo (meia)Nascimento: 29/01/98#19 Patrick Valverde (meia)Nascimento: 09/03/98#7 Lucas Silva (atacante)Nascimento: 30/01/98

Geração 1999#01 Hugo Souza (goleiro)Nascimento: 31/01/99#20 Yago Darub (goleiro)Nascimento: 13/09/99#06 Michael (laterais)Nascimento: 27/05/99#25 Aderlan (zagueiroNascimento: 14/02/99#08 Vinicius Souza (meia)Nascimento: 17/06/99#17 Luiz Henrique (meia)Nascimento: 18/03/99#26 Samuel (atacante)Nascimento: 23/12/99#11 Bill (atacante)Nascimento: 07/05/99

Geração 2000#22 Victor Hugo (goleiro)Nascimento: 31/05/00#30 Pedro (goleiro)Nascimento: 18/01/00#04 Patrick (zagueiro)Nascimento: 28/02/00#02 Wesley (laterais)Nascimento: 13/03/00#23 Pablo (lateral)Nascimento: 14/03/00#14 Ramon (laterais)Nascimento: 13/03/01#16 Yuri (meia)Nascimento: 06/05/00#21 Matheus Alves (meia)Nascimento: 12/02/00#09 Wendel (atacante)Nascimento: 02/08/00#18 Vitor Gabriel (atacante)Nascimento: 20/01/00

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/titulo-do-fla-na-copinha-coroa-trabalho-vertical-profissional-na-base-que-teve-orcamento-dobrado-22330800.html

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