Tumulto

Bom dia, boa tarde, boa noite… Eu sou Nick Marques e como sempre, escolho o tumulto, então vamos ao que interessa…

Ao longo da semana expus em uma rede social, até de forma mais pejorativa, que o jogo da próxima quarta-feira me cheirava desagradavelmente; e apesar de um determinado confrade colunista sugerindo que eu me calasse, optei em falar do novamente do devido tema.

No comentário de até 140 caracteres explicando, afirmei que a partida tinha (e ainda tem) a cara de mais uma daquelas partidas frustrantes… Diga-me, leitor, se já viu o seguinte filme antes: Flamengo faz 1×0 relativamente cedo, dentro de casa; torcida fazendo festa, já comemorando, enquanto o time cria uma chance atrás da outra, desperdiçando as oportunidades de matar o confronto e sem conseguir liquidar a fatura, sofre o empate no fim da partida e sai com aquele sabor amargo… Talvez alguns sejam insensatos e não admitam que isso acontece até mais do que gostaríamos.

Mesmo sendo um discípulo de alguns dos ensinamentos do magnânimo Sr. K e especificando que eu sempre opto por tumultuar, não escrevo esses texto no intuito de vir aqui e dizer minha “previsão” para o clássico, enquanto escuto em minha playlist de Matchbox 20; digito esse artigo sim para configurar na mente de alguns dos que leem, a real dimensão do que pode acontecer está semana, ou melhor, o que podemos evitar que ocorra.

Partindo do princípio que uma retrospectiva do ano é desnecessária, até para evitar a propagação gratuita de um ódio absurdo, acho pouco provável que alguém considere o 2017 rubro-negro positivo na atual conjuntura; não podemos fechar os olhos para o que há a nossa frente, a semifinal que ansiamos tanto não se aproxima para que conquistemos o tão sonhado troféu que nos é merecido, não se enganem com as migalhas que nos sobrou, estamos há três passadas relativamente curtas de evitar mais uma “hecatombe” de esperança e tempo desperdiçado.

O título, se vier, tem um peso maiúsculo, isso é indiscutível, todavia não se compara a tragédia de proporções épicas que seria descolar mais um espacinho na prateleira de fracassos da temporada atual para a Copa do Brasil ser também exposta nessa galeria.

Antes de comentar, reflita… Lembre-se do que você esperava do Mais Querido, da sua expectativa com a equipe há nove meses; agora que a criança está prestes a nascer, o título da Copa do Brasil nos faria atingir tudo que você sonhou para o Flamengo lá atrás em janeiro?

Caminhando para os finalmentes, quero deixar claro que, quando digo que “escolho o tumulto”, não é uma apologia a nenhum tipo de comportamento imbecil que te façam agir como animais, importante esclarecer essa parte para os menos conciliados com suas faculdades mentais não interpretarem errado; eu me refiro a tumulto como uma forma de expor minha opinião independente de preocupações com o “sentimento” de quem não é chegado em discordâncias; o tumulto acontece na sua cabeça, “não denigra patrimônio publico ou privado, amigo!”, o pé na porta e tapa na cara é figurativo.

Sendo um pouco mais simplista, espero que realmente o Flamengo entre em campo e escreva uma história que a gente já conhece, mas que seja alguma que olhamos com nostalgia, alguma daquelas partidas memoráveis; se todos nós realmente enxergamos a Copa do Brasil como a válvula de escape para amenizar o ano, para voltarmos a acreditar no potencial que a nós foi associado, que essa esperança não se torne mais uma melancolia do 2016 parte 2 que vivemos.

Eu pensava em encerrar intitulando essa Copa como obrigação, mas ela não é, a Libertadores era, o Brasileirão se tornou, a Copa do Brasil vai ser só mais um degrau abaixo, a obrigação já ficou pra trás!

Nick Marques

Siga também no Twitter: @TheNickMarques

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/08/tumulto/

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