Caso o mais otimista torcedor cruz-maltino encontrasse com o mais pessimista rubro-negro, dificilmente um dos dois apostariam em tamanha quebra de expectativa como a vista ontem no Maracanã. Quem esperava uma vitória fácil do Flamengo, viu uma resposta à altura do Vasco: venceu por 3 a 0, pôs fim a um jejum de quase cinco anos sem vencer o rival e segue vivo por uma vaga na semifinal do Carioca.

Aliás, o Vasco seria eliminado de forma antecipada do Estadual se fosse derrotado, mas a vitória agora coloca o clube na quinta colocação, com 13 pontos. Já o Flamengo vê a liderança agora pertencer ao Volta Redonda.

Buscar explicações sobre como os papéis de protagonismo se invertam no clássico passa por duas ausências em especial: as de Rodrigo Caio e Arracaseta. O Flamengo se desorganizou tanto no setor defensivo quanto no ofensivo. A ausência do uruguaio a mais sentida porque acabou sendo perceptível a falta de ligação do trio ofensivo. De quebra, o volante Gerson ainda foi deslocado de sua posição original, o que só piorou as coisas.

Do ouro lado, o Vasco seguiu o excelente esquema tático moldado por Marcelo Cabo, que soube se adaptar a cada momento do jogo. Quando o Flamengo estava sonolento, mordia em cima para roubar a bola. Quando o adversário pressionava, abaixava as linhas para conter a troca de passe. Quando roubava a bola, tinha velocidade nos contra-ataques.

Muitos podem achar que o gol de Léo Matos, subindo mais que a defesa do Flamengo, foi achado. Mas ninguém pode tirar os méritos do Vasco quando Cano marcou o segundo. Toda a jogada foi trabalhada: Andrey fez jogada pela direita, Morato encontrou bom passe e o camisa 14 bateu com categoria.

O Flamengo melhorou no segundo tempo após as entradas de Vitinho e Matheus França e Lucão teve que fazer algumas defesas. Mas Morato logo tratou de marcar o terceiro para o Vasco e frear a reação. O atacante, inclusive, homenageou Edmundo na comemoração, para mostrar o tamanho do baile cruz-maltino visto no Maracanã. Simbólico. Vitinho descontou no último minuto.