A espera pelo Maracanã que aflige os rubro-negros está acabando, e o retorno ao estádio onde o Flamengo viveu suas maiores glórias provocou sentimento de nostalgia em Zé Ricardo. Antes do duelo com o Corinthians, Zé recordou os tempos de torcedor e elegeu sua partida inesquecível: a vitória por 3 a 1 do Flamengo sobre o Santa Cruz, em 22 de novembro de 1987. O motivo: um golaço de falta marcado por Zico, autor dos três anotados pelo time. (Veja no vídeo acima)
Criado em Vila Isabel, bairro vizinho ao Maracanã, o comandante rubro-negro tinha o hábito de se posicionar em frente à Estátua do Bellini, onde esperava a abertura dos portões para entrar de graça nos segundos tempos das partidas.
– Eu ia com meu irmão, antes do meu pai chegar do trabalho porque ele não deixava (risos). Ficávamos esperar o abrir o portão na estátua do Bellini. Fazia coleção dos tíquetes e botava resultado atrás. Ia a todos os jogos de todas as equipes, mas lembro de um Flamengo x Santa Cruz, com gol de falta do Zico. O goleiro, se eu não me engano, era o Luis Carlos (na verdade, era Birigui). Ele acaba batendo falta no canto do Luis Carlos. Não lembro se o Flamengo ganhou por 2 a 1 (foi 3 a 1), mas sei que foi uma vitória. O goleiro deu um passo para a esquerda, e o Zico fez uma bola meio sem peso cair do lado dele. Nesse jogo, o Maracanã estava lotado. Lembro com muito carinho, foi um gol marcante, tiveram outros jogos de outras equipes, mas este é um jogo que ficou marcado – afirmou.
Zé mostrou-se preocupado em deixar a emoção de lado quando a torcida gritar seu nome. Sua intenção é passar isso para os atletas. Em contrapartida, admite que será especial, pois já sentiu algo parecido quando dirigia o time sub-20. No ano passado, por exemplo, numa preliminar, o Flamengo bateu o Boavista por 9 a 0, com três gols do lateral-esquerdo Jorge, hoje profissional.
– Sempre foi uma emoção grande ver o pessoal que já ia nos empurrar na preliminar. Ano passado participei de algumas e foi especial.
Por fim, Zé contou que muitos já pediram ingressos a ele e voltou a tocar na questão de assistir aos segundos tempos dos jogos gratuitamente.
– É aluno, atleta, ex-atleta, família, amigo (risos)… É um barato perceber que a nossa equipe criou tanta expectativa. Sou nascido e criado a dois quilômetros do Maracanã. Ia para ver o famoso segundão (segundo tempo). Esperava abrir o portão – concluiu.
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