O Flamengo é apontado, por muitos, como o principal candidato aos títulos que disputa, como Campeonato Brasileiro, Libertadores da América e Copa do Brasil. Porém, Domènec Torrent aparenta ainda estar se adaptando ao calendário insano do futebol brasileiro e tem recebido críticas por conta de seu sistema tático, como o famoso “jogo posicional“. O jornalista Rodrigo Coutinho falou sobre o tema.
Através de seu blog no Uol Esporte, Rodrigo desmistificou as críticas sobre o ‘ataque posicional’, negando que isso engesse o time do Flamengo. Os números, por exemplo, jogam a favor disso, como o fato de o Rubro-Negro ter o melhor ataque do Brasileirão. Para o jornalista, o grande problema está no sistema defensivo, um dos piores da competição nacional.
“A expressão “ataque posicional” ganhou espaço no debate sobre futebol no Brasil nos últimos meses. Na boca de torcedores ou comentaristas, a forma de atacar, que, diga-se, não é novidade por aqui, foi massacrada por muitos como algo que ”engessaria” ou tornaria o time do Flamengo mais previsível, prejudicando o desempenho do melhor elenco do país. Um grande serviço de desinformação e até mesmo uma confusão semântica“, ponderou. Ele ainda continuou:
“Tite, na Seleção, Dorival Junior, Jorge Sampaoli e Maurício Barbieri são apenas alguns nomes que já implementaram este modelo ofensivo aqui no Brasil. Por vezes com sucesso, em outras sem êxito. Como em tudo no futebol, a ideia por si só não é a responsável pelo bom ou mau desempenho. Precisamos avaliar a execução de tal proposta. Para isso é fundamental entendê-la, e não a deturpar“, apontou.
“Problema do Flamengo não é ‘ataque posicional’, e sim seu sistema defensivo. O Flamengo é o time com o melhor ataque do Campeonato Brasileiro 2020, o que cria mais chances nítidas, o que mais acerta passes, o que tem melhor aproveitamento nos dribles. Como vemos, ”engessado”, ”previsível” e ”burocrático”, alcunhas designadas ao ataque posicional nas últimas semanas, não são adjetivos que podem ser aplicados ao coletivo do rubro-negro“, escreveu o jornalista antes de prosseguir:
“O que impede este Flamengo de ser mais competitivo é o comportamento no momento defensivo. Sem a bola, Domènec precisa fazer o time evoluir na pressão que exerce sobre o adversário que tem a posse. A intensidade avassaladora ao subir as linhas de marcação ficou nos primeiros meses de 2020. O catalão pede o mesmo movimento, mas a forma com que ele é feito deixa muito a desejar“, encerrou.
Em busca de títulos, Domènec prepara o Flamengo para o jogo contra o Athletico-PR. O embate acontece às 21h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (04), no Maracanã. O confronto é válido pela segunda e decisiva partida das oitavas de final da Copa do Brasil. O primeiro duelo terminou 1 a 0 para o Mengão, que agora precisa de apenas um empate para se classificar às quartas de final.