O público vai voltar aos estádios de futebol no Brasil. Já não é mais questão de se, pois temos o quando: quarta-feira, com Flamengo x Defensa y Justicia em Brasília. O problema agora passa a ser o como — e talvez já não haja mais tempo hábil para discuti-lo adequadamente.
Flamengo:jogo com público em Brasília pode afetar retorno de torcida aos estádios no país
A diretoria do Flamengo foi, desde o início da pandemia, contrária ao fechamento dos portões. Discutiu a possibilidade de reabri-los em vários momentos, com números mais ou menos altos de casos de contaminação e mortes (baixos, no Brasil, eles nunca foram, desde que chegaram ao pico). Pode-se acusá-la de negacionismo, insensibilidade, falta de compromisso comunitário, mas não de incoerência. Os dirigentes rubro-negros estiveram sempre atrás de uma brecha, jurídica ou administrativa. No âmbito estadual, conseguiu levar convidados ao Fla-Flu; no nacional, não teve o mesmo sucesso, mas foi generoso com a distribuição de vagas no setor de credenciados; no continental, finalmente viu a oportunidade se apresentar.
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A Conmebol, que também já tinha levado seus convidados à final da Libertadores, considerou bem-sucedida a experiência na decisão da Copa América, que teve aglomeração nos portões do Maracanã e até um teste de PCR falso apresentado por um argentino. As imagens de torcedores sem máscara, ignorando o distanciamento social e espalhando aerossóis pela arquibancada enquanto xingavam os adversários ou comemoravam o título, foram comparadas às da Euro — disputada em países em outro estágio do combate à pandemia, e mesmo assim levantando dúvidas entre os cientistas sobre o papel da competição no aumento do número de casos de Covid-19, especialmente os da variante Delta.
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Mas a ordem foi dada: abram-se os portões. Era apenas natural que o Flamengo fosse o primeiro candidato, mas outros virão. O governo federal, patrocinador da Copa América, é apoiador de primeira hora da iniciativa. Governadores e prefeitos ainda resistem, mas a pressão sobre eles será cada vez maior — um processo muito semelhante ao que levou à volta do futebol (sem público) depois das duas paralisações causadas pela pandemia. Brasília puxou a fila, com um protocolo que ficou pronto em questão de dias e teve um de seus principais itens, a obrigação de apresentar o comprovante de vacinação, derrubado imediatamente após a divulgação.
Conheça as arenas onde serão disputados os Jogos de Tóquio 2020
Usado nos Jogos de Tóquio 1964, o Estádio Olímpico foi reconstruído para as Olimpíadas de 2020. Além de ser palco das cerimônias de abertura e encerramento, vai sediar partidas de futebol e o atletismo. Tem capacidade para 68 mil espectadores Foto: DivulgaçãoO Ginásio Metropolitano de Tóquio será reaproveitado após ser usado nos Jogos de 1964. Naquela ocasião, sediou as modalidades de polo aquático e ginástica. Agora, servirá para o tênis de mesa. Sua capacidade é de 7 mil pessoas Foto: DivulgaçãoCom capacidade para 10.200 pessoas, o Estádio Nacional Yoyogi vai abrigar o handebol e o rúgbi em cadeira de rodas. É internacionalmente reconhecido pelo design com teto suspenso. Foi construído para competições aquáticas e para o basquete nos Jogos de 1964 Foto: DivulgaçãoNippon Budokan é uma arena indoor conhecida como a casa das artes marciais e construída para os Jogos de 1964. Será usada para judô e karatê. Sua capacidade é de 11 mil pessoas Foto: DivulgaçãoO Fórum Internacional de Tóquio é um centro de exposições multifuncional composto por oito salões principais, espaços de exposição e outras instalações. A estrutura apresenta curvas acentuadas de aço e vidro, com um design externo que lembra um barco alongado. Poderá receber até 5 mil pessoas nas competições de levantamento de pesos Foto: Divulgação
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Arena Kokugikan é a casa do sumô, mas vai sediar o boxe nas Olimpíadas. Seu interior é projetado em forma de tigela. A capacidade é de 7.300 pessoas Foto: DivulgaçãoO Parque Equestre sediou as competições equestres nos Jogos de 1964 de Tóquio. Atualmente, serve como o centro principal para a promoção de hipismo e competições equestres. Pode receber até 9.300 pessoas Foto: DivulgaçãoParque Musashinonomori será o ponto de partida para a corrida de ciclismo de estrada Foto: DivulgaçãoMusashino Forest Sport Plaza é um espaço multiuso que vai abrigar as modalidades de badminton e pentatlo moderno. Tem capacidade para até 7.200 espectadores Foto: DivulgaçãoO Estádio de Tóquio tem capacidade para 48 mil pessoas. Além do futebol, receberá o pentatlo e o rúgbi Foto: Divulgação
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A Ariake Arena, construída na parte norte do distrito de Ariake, será palco das partidas de vôlei e basquete em cadeira de rodas. Após os Jogos de Tóquio 2020, a arena se tornará um novo centro esportivo e cultural com capacidade para até 15.000 espectadores Foto: DivulgaçãoA Ariake Gymnastics Center é uma instalação temporária localizada na parte norte do distrito de Ariake, onde serão realizadas as provas de ginástica.Tem capacidade para receber 12 mil pessoas Foto: DivulgaçãoSituado em área à beira-mar e perto da Vila dos Atletas, o Ariake Urban Sports Park vai abrigar as modalidades BMX e skate, com capacidade para até 7 mil pessoas Foto: DivulgaçãoO Ariake Tennis Park é uma das principais instalações de tênis do país, equipado com quadras cobertas e ao ar livre. Tem capacidade para 19.900 espectadores Foto: DivulgaçãoO Parque Marinho de Odaíba é uma instalação temporária para abrigar as modalidades de maratona aquática e triatlo. Pode receber até 5.500 pessoas Foto: Divulgação
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Com vista para a icônica Ponte Arco-Íris de Tóquio, o Parque Shiokaze conta com uma instalação temporária montada para o vôlei de praia. Sua capacidade é de 12 mil pessoas Foto: DivulgaçãoO Aomi Urban Sports Park conta com estrutura temporária erguida perto da Vila dos Atletas. Vai receber o basquete 3×3 e a escalada esportiva. As capacidades são de 7.100 e 8.400 pessoas, respectivamente Foto: DivulgaçãoCom capacidade para 15 mil espectadores, o Oi Hockey Stadium vai sediar as partidas de hóquei. Após os Jogos, deverá ser transformado em uma arena multiuso Foto: DivulgaçãoEm terreno com vista para a Baía de Tóquio, no Sea Forest Country Course, foi construído um percurso para a modalidade de cross country equestre. Pode receber 16 mil pessoas Foto: DivulgaçãoO Sea Forest Waterway vai sediar as competições de remo e canoagem. Após os Jogos, será usado para competições internacionais. No remo, pode receber até 16 mil espectadores, enquanto na canoagem são 12.800. Foto: Divulgação
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O Centro de Canoagem Slalom de Kasai terá o primeiro percurso feito pelo homem no Japão. Após os Jogos, a instalação será usada para esportes aquáticos e atividades de lazer. Até 7.500 pessoas poderão assistir às provas de canoagem slalom Foto: DivulgaçãoO campo de tiro com arco do Yumenoshima Park foi construído na área do parque do local da Dream Island. Após os Jogos, a instalação abrigará competições de arco e flecha e será usada para outras atividades. Sua capacidade é de 5.600 pessoas Foto: DivulgaçãoRecém-construído, o Centro Aquático de Tóquio vai sediar as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais. Possui capacidade para 15 mil pessoas Foto: DivulgaçãoProjetado em 1990 para servir como principal instalação para natação e outros esportes aquáticos na região, o Centro de Polo Aquático Tatsumi vai sediar o polo aquático na atual edição. Tem capacidade para 4.700 espectadores Foto: DivulgaçãoDesignado como local para os eventos da maratona e marcha atlética, o Parque Sapporo Odori tem aproximadamente 1,5 km de comprimento e cobre uma área de cerca de 7,8 hectares no centro da cidade de Sapporo Foto: Divulgação
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O Makuhari Messe HallCentro se estende por cerca de 210 mil metros quadrados e consiste em três zonas principais. Está localizado na cidade de Chiba e abrigará as provas de luta olímpica, taekwondo e esgrima Foto: DivulgaçãoA praia de Tsurigasaki é onde o surfe fará sua estreia em Olimpíadas. Está localizada na cidade de Ichinomiya, na costa do Pacífico da província de Chiba, e costuma atrair muitos turistas. Poderá receber 6 mil pessoas Foto: DivulgaçãoA Saitama Super Arena é uma das maiores instalações multiuso do Japão, situada na cidade de Saitama. Vai receber jogos de basquete. Tem arquibancadas para 21 mil pessoas Foto: DivulgaçãoAssim como nos Jogos de 1964, o Campo de Tiro Asaka sediará as competições de tiro. Nesta edição, contará com uma estrutura temporária para receber até 3.200 pessoas Foto: DivulgaçãoO Kasumimgaseki Country Club será palco do golfe. Está localizado na cidade de Kawagoe, província de Saitama, e pode receber até 25 mil espectadores Foto: Divulgação
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Localizado na cidade de Fujisawa, o Enoshima Yacht Harbour foi construído para os Jogos de 1964. É o primeiro porto do Japão capaz de sediar competições de esportes aquáticos. Vai receber provas de vela. Sua capacidade é de 3.600 pessoas Foto: DivulgaçãoLocalizado na cidade de Izu, o velódromo abriga uma pista de ciclismo de madeira de 250 metros. As provas da modalidade poderão receber 3.600 pessoas Foto: DivulgaçãoPercurso off-road, o Izu MTB mede 4.100 metros de comprimento com elevações de até 150 metros. Vai sediar as competições de mountain bike. Possui capacidade para 11.500 pessoas Foto: DivulgaçãoO Fuji International Speedway é o circuito mais próximo da área da Grande Tóquio. Com capacidade até 22 mil espectadores, receberá as provas de ciclismo de estrada. É palco do Grande Prêmio do Japão na Fórmula 1 Foto: DivulgaçãoLocalizado na cidade de Fukushima, o estádio de beisebol de Azuma faz parte do Parque Esportivo Azuma, que é dividido em quatro espaços recreativos. Vai sediar o beisebol e o softbol, que foram incluídos nos Jogos de Tóquio 2020. Pode receber 14.300 espectadores Foto: Divulgação
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Localizado no Parque de Yokohama, o estádio de beisebol de Yokohama é o primeiro multifuncional do Japão. Também serve como sede de um dos times de beisebol profissional do Japão. Vai abrigar o beisebol e o softball, com capacidade para 35 mil pessoas Foto: DivulgaçãoO Sapporo Dome é casa de um time de futebol japonês e um time de beisebol. Está localizado na cidade de Sapporo, na ilha japonesa de Hokkaido. Tem capacidade para 41 mil torcedores Foto: DivulgaçãoCasa do famoso clube japonês Kashima Antlers, o Ibaraki Kashima Stadium tem capacidade para 40 mil torcedores. Inaugurado em 1993, já recebeu jogos da Copa das Confederações de 2001 e da Copa do Mundo de 2002 Foto: DivulgaçãoLocalizado na cidade de Saitama, o Saitama Stadium tem capacidade para 64 mil pessoas. É casa do Urawa Red Diamonds. Recebeu quatro partidas da Copa do Mundo de 2002, incluindo um jogo do Brasil Foto: DivulgaçãoLocalizado na cidade de Yokohama, o estádio internacional de Yokohama tem capacidade para 72.327 espectadores. Foi onde o Brasil sagrou-se pentacampeão mundial em 2022, após vitória sobre a Alemanha Foto: Divulgação
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O Miyagi Stadium está localizado na cidade de Rifu e será usado para o futebol. Sua capacidade é de 49 mil pessoas Foto: Divulgação
Protocolo foi a palavra mágica de quem quis a volta dos jogos, e será de novo para quem quer a volta do público. É, logicamente, importante — desde que seja discutido antes, observado com rigor durante e reavaliado constantemente depois de sua implementação. E no Fla-Flu do futebol brasileiro há pouca gente disposta a seguir as três etapas do processo. Desde o começo, estamos divididos entre os que não queriam que a bola estivesse rolando de jeito nenhum e os que sempre quiseram que ela rolasse, de qualquer jeito. Sobra pouca gente no meio.
A Conmebol deu seu sinal verde lá de Luque, e cada país que se vire para aceitá-lo. Por aqui, a CBF dizia que não via condições para jogos com público antes de setembro. Mas hoje não se sabe nem quem manda lá. O primeiro portão já abriu, e como se diz na minha terra, porteira que passa um boi passa uma boiada. E boiada que passa sem comando vira estouro.