Não há uma ordem de grandeza no futebol que seja capaz de, sozinha, avaliar o desempenho dos jogadores. Mas no Flamengo de Paulo Sousa, o tempo em campo com diferentes formações e esquemas táticos é um bom indicativo. Sobretudo em semana de final. Após quatro partidas de observações, o jogo de hoje, 15h30, contra o Madureira, é o último teste antes da decisão da Supercopa, domingo, contra o Atlético-MG. E a tendência é de time misto outra vez.

O treinador português queria de seis a sete jogos para fazer experimentos, mas não foi possível. Pois a prioridade era também dosar os minutos do elenco em ação para não haver sobrecarga na parte física. E são exatamente esses minutos que indicam quem larga na frente pelo que aproveitou quando foi acionado – Gabi e Hugo são, disparados, os que mais tempo atuaram. E quem precisa recuperar o tempo perdido por ter sido preservado e tido o tempo em campo mais dosado por conta de lesões – David Luiz e Bruno Henrique são os principais casos, e devem voltar a ser opções.

Confira o levantamento do GLOBO

Ranking de minutos do Flamengo mostra jogadores mais testados e indica quem larga na frente para decisão

Entre questões táticas e físicas, é preciso pontuar que Paulo Sousa deu mais tempo a jogadores que renderam melhor, mas também aos que precisavam ser mais analisados em novas funções. Foram 24 atletas avaliados. Por posição, e baseado no modelo de jogo com três zagueiros, a defesa foi o setor com menos variações. Gustavo Henrique e Léo Pereira lideraram as estatíticas e foram acompanhados, ora por Cleiton, ora por Filipe Luis, ora por Isla. Líder em minutagem na posição, Léo Pereira ocupou a zaga central e pode ter esquentado a vaga de David Luiz.

Laterais e alas improvisados foi a principal tendência nas observações de Paulo Sousa. Rodinei e Filipe Luis foram quem mais jogaram. O primeiro na função de ala, e o segundo na de zagueiro. O ala esquerdo que mais atuou foi Éverton Ribeiro. Fica, então, a alternativa de mantê-lo por ali, ou avançar Filipe Luis, e ter um terceiro zagueiro de ofício na esquerda. Na direita, Fabricio Bruno chegou bem, mas fez apenas uma partida.

No meio-campo, são cinco jogadores disputando duas vagas de volantes construtores. A maior participação é de Willian Arão, que curiosamente não parece ter caído nas graças de Paulo Sousa. O técnico elogiou muito mais João Gomes, que jogou um pouco menos que Arão. Andreas e Thiago Maia foi a outra dupla, e os que vêm a seguir na minutagem. O setor teve Vitinho usado em diferentes funções mais avançadas, mas o jogador foi prejudicado por uma expulsão. Não fosse isso estaria entre os mais utilizados. Após comandar o Flamengo na estreia de Paulo Sousa, deu lugar a Arrascaeta. O uruguaio perdeu a estreia, pois ainda voltava de convocação, e demorou a encaixar no novo esquema. Mas deu o ar da graça no último jogo e tem sido titularíssimo desde que retornou.

Mais do que Arrascaeta, apenas Gabigol. O camisa nove também voltou de convocação e não saiu mais. Foi importante e efetivo com gols e criação de jogadas em todos os jogos. Em alguns momentos mais dentro da área, mas sempre com a capacidade de circular e até variar da direita para a esquerda, para favorecer a perna boa. Funcionou bem com Marinho e com Lázaro, os outros homens de frente que se revezaram nas funções de apoio. Pedro foi a referência quando Paulo Sousa deixou Gabigol solto. Só que a dupla pareceu uma formação de ocasião, sobretudo quando Bruno Henrique retornar de lesão.

Gabigol, Hugo Souza, Everton Ribeiro, Willian Arão e Marinho foram os únicos a jogar todas as partidas com o treinador português. Nas quatro partidas em que comandou o Flamengo, foram três vitórias e uma derrota. E um total de 12 gols marcados e 3 sofridos.

Com o fim dos testes de Paulo Sousa diante do Madureira, o onze ideal para o momento enfim será conhecido.