Wilson Witzel também detalhou o espanto que teve ao saber de detalhes financeiros
Flamengo e Maracanã se tornaram praticamente sinônimo um do outro. No entanto, a partir do momento em que o estádio passou a ser gerido por concessionárias, a polêmica sobre administração e distribuição da renda do local apareceram. Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel foi o entrevistado do PODFLA, podcast do Coluna do Fla, e detalhou o espanto que teve ao saber de alguns detalhes da atual concessão.
“Cada time que vai lá e lota o Maracanã, sai com uma ‘merrequinha’ no bolso. Isso não é justo. Você não pode exigir dos clubes que joguem no estádio de futebol e, no final das contas, ele (o clube) pague”, apontou o ex-governador do Rio de Janeiro. Ainda na entrevista ao Coluna do Fla, Witzel destrinchou o espanto ao saber mais detalhes da concessão do Maracanã.
— Quando teve Flamengo x Bangu, em 2019, o primeiro jogo que eu fui como governador, acho que tinha quase uns 60 mil torcedores, estava lotado, Me lembro que o Landim chegou para mim, foi lá no camarote onde eu estava, e falou assim: “governador, estou levando embora 13 mil reais”. Daí eu perguntei: “como assim só 13 mil reais? O estádio está lotado”. Eu não achei justo e comecei a avaliar essa questão. Daí percebi que havia uma série de problemas na concessão — detalhou Witzel.
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O jogo citado pelo ex-governador aconteceu em 20 de janeiro de 2019, pela primeira rodada da Taça Guanabara. De acordo com o borderô da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Fferj), o público presente no Maracanã foi de 46.472 mil pessoas, com receita de R$ 1.067,72. No dessa quantia, apenas R$ 19.884,90 foi repassado ao Flamengo e R$ 13.256,60 ao Bangu. Ainda segundo o mesmo documento oficial, as despesas do confronto foram de R$ 1.032.828,48.
É, justamente, a disparidade na diferença entre renda total e lucro líquido que faz com o Flamengo busque alternativas para receber um retorno financeiro maior, já que a Nação não se cansa de lotar o Maracanã. Em meio a tudo isso, a diretoria do Fla avalia a construção de um estádio próprio, para se desfazer do ‘laço público’ que tem com a maior praça esportiva do Rio de Janeiro.