Formado
em movimento que renovou o quadro político na Gávea, o Flamengo que
volta à Libertadores vai encontrar o San Lorenzo
renovado muito por causa do entusiasmo, da iniciativa e, principalmente, da grana de um homem.
Apresentador, produtor, jornalista, empresário, garoto-propaganda…Marcelo Tinelli, vice-presidente do San Lorenzo, é figura central na
mudança de patamar do “Ciclón” nos últimos anos.
Campeão
da Libertadores de 2014, o time argentino esteve à beira de novo
rebaixamento no Campeonato Argentino em 2012 – o San Lorenzo foi o
primeiro grande do futebol argentino a cair, em 1981. Com a presidência
de Matías Lammens, ascendeu ao poder no time do coração – a dupla acabou
de ser reeleita com 88% dos votos na eleição do clube – e se tornou
vital para o reerguimento dos “cuervos”.
Apaixonado por basquete e vôlei
Nascido
em San Carlos de Bolívar, província mais ao norte de Buenos Aires, Marcelo
Hugo Tinelli, de 56 anos, é filho de jornalista e exerceu a profissão durante anos. Foi repórter esportivo de rádios locais e começou a migrar
para o entretenimento nos anos 1990. Hoje, é celebridade na TV
argentina com convidados que vão de Mike Tyson a Ronaldinho Gaúcho – o presidente argentino Mauricio Macri foi convidado, com a esposa, mas ainda não participou – na
atração “Bailando por un sueño”, do seu programa “Showmatch”.
Torcedor
fanático também de basquete, Tinelli chegou a jogar futebol na base do clube. Antes de ter a experiência no clube do coração, fundou em 2002 o Club Ciudad de Bolivar,
de vôlei, transformando a equipe em potência esportiva rapidamente. É
comum vê-lo em partidas de basquete e de vôlei, torcendo em meios aos
“cuervos”. A diferença é que Tinelli investe alto para equipará-los aos principais times do futebol argentino.
– Tinellli assumiu com Matias Lammens o San
Lorenzo na metade de 2012 e a partir dali o clube saiu de um poço sem
fundo. Conseguiram evitar o rebaixamento e conquistou a Libertadores
pela primeira vez na história. No basquete tornou o San Lorenzo campeão
argentino novamente. Ele investiu muito dinheiro no basquete e no
futebol, seguramente. Era impensável que San Lorenzo sairia de quase um
rebaixamento para ser campeão em tão pouco tempo – conta o jornalista
Alan Mineo, da Rádio El Deportivo, de Buenos Aires.
Ambição política
Em
meio à crise institucional e financeira no futebol argentino –
jogadores entraram em greve por atraso salarial (o San Lorenzo chega
para a Libertadores sem jogos oficiais), Tinelli se envolve a cada dia
mais com a política da Associação Argentina de Futebol (AFA, na sigla em
espanhol). O dirigente do “Ciclón” é líder do movimento que uniu River
Plate, Vélez e outras equipes argentinas para adiar eleição na AFA.
Tinelli concorreu à presidência da associação em 2015, em pleito que
terminou cancelado por ter um voto a mais do que o colégio eleitoral
presente. Ele tem apoio de outros clubes argentinos para concorrer novamente à presidência da AFA.
– Ele é um tipo com muita influência nos
últimos tempos do futebol argentino. Não é um cara polêmico. É muito
respeitado, de “perfil baixo” (discreto), que tem bom relacionamento com
homens de poder no país, até com o presidente Mauricio Macri,
ex-presidente do Boca Juniors – diz Nico Filomeno, da LT3 de Rosário.
Capa de revista
Fascinado
por tatuagens – tem inúmeras no corpo e fez mais uma com a data e a
imagem da taça Libertadores conquistada em 2014 -, Tinelli tem vida de
popstar na Argentina. É comum vê-lo em fotos com Messi, Maradona, outras
personalidades, além de belas mulheres – tem quatro filhos de dois casamentos.
Em 2012, a revista “Fortuna”
fez levantamento e apontou que o nome de Tinelli movia US$ 1,3 bilhão no
mercado publicitário e do showbusiness num ano. Atuante no Twitter (@cuervotinelli), o vice-presidente assumiu no ano passado a secretaria de imprensa e comunicação da AFA. Em entrevista no veículo oficial da associação argentina, disse que aprendeu muito com Julio Gronda, ex-presidente da AFA, falecido há três anos.
– Julio me deu muito carinho. Foi pessoa muito querida para mim e minha família. Deixou legado grande como dirigente. Sua morte deixou uma profunda dor – dizia pouco tempo depois da morte do ex-dirigente da AFA.
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