Já nos foi demonstrada a bipolaridade da torcida do Flamengo quando o assunto é ir ao estádio. Por diversos fatores – principalmente o financeiro, poucos são os que conseguem acompanhar fielmente os jogos in loco. Isso gera a seletividade que, obviamente, pende para o lado do espetáculo e da importância, algo muito natural em qualquer parte do mundo, porém aqui muito mais peculiar.
O que digo se comprova quando comparamos, por exemplo, a partida contra o San Lorenzo, pela Libertadores, com o jogo contra o Bangu, pelo Carioca. No primeiro, os ingressos se esgotaram em poucos dias. No segundo, tivemos um público pífio, ridículo perto de nossa grandeza.
Entretanto, que se acalmem os críticos. Não sou louco de acreditar que estas foram partidas de igual nível. Alavanquei os exemplos acima pra comprovar o que sempre digo: o Flamengo precisa de duas arenas; uma mais acanhada, pra jogos contra Bangu’s, e outra maior, pra grandes partidas.
Hoje, entretanto, a realidade é mais rígida. Tudo indica que, infelizmente, caminharemos para outro ano sem o Maracanã. A diferença da vez, pois, incide na limitação imposta pela CBF de mandar jogos no estado natal, o que praticamente nos obrigaria a atuar somente na Ilha. E aqui cabe uma importante observação: vai ser perfeito jogar ali contra Atlético/GO, Ponte Preta, Bahia… mas e quando chegar, talvez, uma partida de quartas-de-final da Libertadores? Vamos jogar em Brasília ou na Ilha? Pacaembu ou Nordeste? Difícil…
Nos jogos de grande apelo, assistiremos a algo inédito na história do Flamengo, que é a massificação dos sócios-torcedores nas arquibancadas. Apesar de se tratar de um processo natural no futebol moderno, ainda estamos por aprender como encarar um público destes em um estádio no Rio. A nível comparativo, foram cerca de 32 mil os ingressos vendidos para ST’s na primeira partida da Libertadores. Na Arena da Ilha, a capacidade total será de algo próximo a 20 mil assentos. Ainda não considerei as gratuidades.
O casamento triplo entre abandono do Maracanã, consolidação da Arena da Ilha e expansão dos sócios-torcedores do Flamengo vai criar uma nova faceta na realidade do seguidor rubro-negro. O clube só tem a ganhar, é claro, enquanto soluções de maior porte são desenhadas. E ganha também a torcida, alimentando cada vez mais o poderio de seu clube e a especulação por ingressos, que faz crescer públicos.
Do lado de cá, nós aguardamos pelas novidades vindas da diretoria. E só temos a ganhar…
Rodrigo Coli
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Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/03/uma-ilha-de-socios-torcedores/